Grace Gianoukas revela que Petúlia vai armar bastante em Orgulho e Paixão: “Ela é malandra”

Publicado em 12/03/2018

Conhecidíssima pelos personagens divertidos do espetáculo Terça Insana e mais recentemente pela Teodora, de Haja Coração (2015, Globo), Grace Gianoukas está prestes a aparecer em mais uma grande produção. A atriz será Petúlia, em Orgulho e Paixão, nova novela das 18h.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, ela revelou que a personagem vai ser uma malandra que ajudará a grande vilã Susana (Alessandra Negrini) em suas tramoias. Ainda de acordo com a atriz, Petúlia terá um viés engraçado, apesar de aprontar muito.

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Também no bate-papo, Grace fala sobre a sociedade atual e o feminismo, já que a novela contará com protagonistas mulheres, que, inclusive, têm histórias muito fortes e de luta contra o machismo, no início do século passado. 

O que você pode adiantar da Petúlia?

“Ela é uma governanta, que segue as ordens da vilã, que é a Susana, personagem da Alessandra Negrini. Ela sempre se disfarça. Para ter elementos para passar para a vilã. Para a Susana fazer as suas vilanias. Ela também tem a vida pessoal dela, ela é malandra. Quando a vilã vira as costas, ela também apronta. Ela é uma sobrevivente, eu diria. Ela é engraçada, é um pouco abusada. Ela sempre tem que ser colocada no lugar dela. Ela tem um fraco por rapazes bonitos. Ela não pode ver um gatinho, que já avança.”

Você se inspirou em Brasília para compor essa personagem safadinha?

“Se a gente olhar um pouco mais para cima, para essas pessoas que estão administrando os lugares, a gente tem inspiração. Aquela que veste uma capa, mas no fundo, é outra.”

Ela ganha alguma coisa da Susana para investigar as pessoas?

“É sobrevivência mesmo. É uma mulher que está num mundo machista, tentado sobreviver de certa maneira. As atitudes delas.. Tanto da Susana, quanto da Petúlia… São mulheres que estão sozinhas, num mundo muito machista, se não ter um homem do lado, lhe deixava um pouco vulnerável. E elas estão na sobrevivência. Estão tentando ter alguma coisa. Isso é muito legal. A Susana e a Petúlia vão trabalhar para a Julieta Bittencourt. São três mulheres em seu nível e em sua maneira, estão tentando se impor em um mundo machista.”

 É uma novela que fala do mundo feminino, né?

“Bastante! A personagem Elisabeta, que é interpretada pela Nathalia Dill, é uma mulher que quer outras coisas. Ela não se conforma com aquilo. Tem a personagem que lê, a que sonha.. Enfim! Essas cinco irmãs tem várias facetas da mulher. Está sendo muito legal fazer parte desse projeto! A novela é uma homenagem as mulheres que fizeram a história sem estar exatamente documentadas pela história. A gente sabe que as histórias foram contadas por homens. Mas têm muitas mulheres pioneiras que não apareceram.”

Você foi apresentada pelo grande público em Haja Coração. Teodora Abdala foi o trampolim para esse sucesso todo?

“Para o grande público sim. Os meus projetos de teatro são bastante conhecidos. Terça Insana, etc…Por causa de tudo que eu já me apresentei, as pessoas vem falar comigo e comentam: ‘eu adoro os seus personagens’, quando é pela Terça Insana. Mas tem umas que vem me olhar e diz: ‘Cadê o dedo?’. Eu sei que é da TV, e ficaram apaixonadas pela  Teodora Abdala. Foi um personagem muito marcante. Eu acho que eu ganhei um público mais pop. Realmente um grande público. As pessoas são sempre muito simpáticas comigo. Eu estou tentado fazer da Petúlia, uma personagem bem diferente da Teodora Abdala. Com outra pegada, mas igualmente engraçada. Uma outra linha de comédia.”

Você se considera uma mulher feminista?

“Olha, não só por salários, mas eu brigo por igualdade de tudo. A gente vive um tempo, que a sociedade brasileira está de pé. O que tem de melhor, e o que tem de pior também. A gente tem ai, todas as minorias, todos os oprimidos, finalmente tem uma voz. Claro que a gente vê coisas completamente exageradas. Às vezes os gritos são altos demais, insensatos, de algumas coisas. Mas eu torço para que essas coisas se equalizem. E que a gente possa ser todos iguais. Esse é o meu sonho. Na minha Ditadura, todos seriam iguais. Todos: negros, índios, pobres que não seriam mais pobres, ricos que seriam moderados, todo mundo ganhado igual. A gente está aqui para sobreviver.”

Você não segue padrão de beleza nenhum.. Como é representar essas mulheres?

“Eu sempre escrevi para mulheres, pelas mulheres.. Os meus textos sempre retratam a situação das mulheres, com uma certa ironia.. Mas sempre levantei essa  bandeira. A bandeira de ser quem tu é. Eu nasci com esse nariz, nasci com esse jeito…O que eu ia fazer? Ele (o nariz) me ajudou chegar aonde eu cheguei. Antes de alguém tirar sarro da minha cara, eu já falava: ‘o que que há?!; Eu e o meu nariz chegamos’. Se a pessoa se contenta em ser perfeita, que as portas todas se abrem, quando a perfeição vai desabando, tudo passa, a gente muda. A gente vive em um país-sociedade que valoriza muito a juventude e a beleza. É possível se a pessoa não ser esperta, não tenha ferramentas, para continuar lutando. A gente ter um tipo diferente, e ter personalidade, já te prepara para tudo que está vindo, e não vão parar ate a gente ser velhinho. Gente muito igual se confundi. Gente diferente marca presença.”

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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