“Foi intenso”, revela Fiorella Mattheis sobre viver prostituta em série sobre a Rua Augusta

Publicado em 21/03/2018

Primeira série nacional produzida pelo canal TNT, Rua Augusta, traz Fiorella Mattheis em cenas quentes e ousadas. Na obra baseada em uma produção israelense, Allenby St, a atriz dá vida à Mika, uma garota rica que passa a conviver com o submundo das drogas e da prostituição em uma das ruas mais badaladas de São Paulo.

Sob a direção de Pedro Morelli e Fábio Mendonça, e roteiro de Ana Reber, Jaqueline Vargas e Julia Furrer, Rua Augusta conta com doze episódios de 30 minutos cada, quintas às 22h30, contando com as participações especiais de Pathy Dejesus, Rodrigo Pandolfo, Milhem Cortaz e grande elenco. 

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Em entrevista ao Observatório da Televisão, Fiorella fala sobre os temas polêmicos abordados na obra: “Mika é uma mulher forte, segura e determinada com o que acredita e quer. Ao longo da série ficará claro o conflito familiar dela com seu passado. Mostrará um pai cruel, falará sobre relação de incesto com irmão e uma mãe fraca”.

Confira!

Você se lembra da primeira vez que pisou na Augusta? Se lembra de alguma balada marcante? Estudou a história do lugar e as suas relações com a cidade, a música, entre outros? 

A primeira vez que realmente andei pela Augusta foi fazendo laboratório, nos bastidores das casas, com as garotas de programa. Foi intenso.

Por conta da série foi em alguma balada? Se fosse uma guia da Augusta, quais lugares o público tem que ir? Acredita que a Augusta tem uma clima diferente? Fora do Brasil, tem algum lugar parecido com a Augusta e que você já tenha visitado? 

Eu trabalhei muito por conta das gravações da série. Não tive tempo de curtir… Mas o clima da Rua Augusta é demais! Adoro lugares que as pessoas se misturam na rua! Já fui numas baladas em Berlin com vibe parecida, mas nada é igual à Rua Augusta e o jeito do brasileiro de curtir a noite.

E o figurino? O que mais destaca? Quais foram as inspirações? 

Eu e o David trocamos muita ideia! Levei referências, emprestei peças de roupas, sugeri acessórios e até fizemos um a mão para ela. Um brinco com uma cruz pendurada que pegamos de um escapulário. O figuro foi muito importante para a composição dessa personagem, que não é uma stripper comum, o passado dela está sempre presente. Só tenho a agradecer a parceria com toda equipe de figurino!

O cabelo de Mika foi inspirado em alguém? Ele pode se tornar uma modinha entre as mulheres? 

Eu vi umas referências da Kate Moss que me inspiraram também. Na época que pintei foi uma febre, as pessoas curtiam e comentavam muito. E recebi muitas fotos de pessoas que pintaram se inspirando na Mika. Fico feliz com isso.

Assistiu à série israelense? 

Meu diretor, Pedro Morelli, pediu para que eu não assistisse. Nossa série é uma adaptação da Allenby St, mas com uma pegada um pouco diferente. A Mika da Allenby é mais frágil, chora o tempo todo… Pedro e Fabinho me dirigiram para outro caminho.

A rebeldia e a busca por liberdade provocam na vida de Mika muitas consequências. O que o público pode esperar da personagem e seus mistérios? 

O público verá uma série produzida com altíssima qualidade e um roteiro muito bem amarrado e eletrizante. Abordamos temas polêmicos e atuais! É muito fácil se identificar com questões que os personagens sofrem e ou se divertem!

Mika é uma mulher forte, segura e determinada com o que acredita e quer. Ao longo da série ficará claro o conflito familiar dela com seu passado. Mostrará um pai cruel, falará sobre relação de incesto com irmão e uma mãe fraca.

Como foram os ensaios, as cenas mais quentes, as coreografias do pole dance? Seu maior desafio para viver a Mika? 

Cenas quentes como as de nudez e outras quando não são gratuitas e com uma equipe cuidadora, vira apenas uma cena. E eu tive essa sorte! Nosso corpo é nossa ferramenta de trabalho, em cena é a personagem e ela pedia isso.

O maior desafio que tira o sono de todo ator é o processo para encontrar o personagem, dentro e fora da gente. Quando você recebe um roteiro e lê, não tem ideia por onde começar. Esse processo é muito dolorido, ficamos inseguros, com dúvidas, mas uma hora encontramos e aí o processo fica gostoso: dar a vida a esse personagem.

Fiorella Mattheis protagoniza cenas quentes e ousadas na série Rua Augusta da TNT (Foto: Ariela Bueno/TNT)

Como a série pode ajudar a discutir o tema das drogas e prostituição? Ou acredita que não é esse o propósito?

Nossa ideia é contar a história desses personagens e suas relações entre o céu é o inferno. Além de apresentar para muitas pessoas a Rua Augusta, quem não é de SP e talvez não conheça! Além disso, a Rua está mudando e se transformando, acredito que em alguns anos não vai mais existir a Rua Augusta como estamos mostrando.

O namoro de Mika e Dimas é complexo. Ele assume um namoro com uma stripper, levando em conta todo o machismo e o cargo que ocupa, como analisa a relação dos dois? 

Ele é segurança de balada e sabe muito bem como é esse meio. Conheci algumas strippers e garotas de programa que namoraram seguranças. Eles entendem, mas ao mesmo tempo têm ciúmes e esperança de um dia dar uma vida melhor para elas. Acho que o Dimas ama a Mika de verdade, mas ele pisou no único calo dela, sabendo o que estava fazendo. Isso pra Mika é imperdoável.

As cenas em que eles discutem podem servir como análises para outros relacionamentos? Talvez um relacionamento abusivo? Ou um se nutre do que o outro tem a oferecer sem culpas, num “jogo aberto”? 

Acho que a dramaturgia sempre serve como uma análise ou espelho. Às vezes desperta coragem em quem está assistindo por se identificar com aquela situação. Abordar temas pertinentes e que possam ajudar pessoas faz parte do nosso trabalho também.

Buscou entender o porquê de algumas garotas ricas largarem suas vidas de luxo em busca de “aventuras”, assim como a Bruna Surfistinha? 

Não posso falar da Bruna, mas posso falar da Mika, minha personagem que faz isso.

Mika é de uma família rica. Mas a situação familiar fica tão indigesta que ela precisa fugir daquilo. Se encontra na Rua Augusta, sendo stripper. É um grito de liberdade e ao mesmo tempo aceitação. Ali o julgamento não perturba ela.  Ela faz o que quer.

Confira ao trailer:

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