Anderson Tomazini fala sobre união de Xodó e Cleo: “Passar essa mensagem de amor é motivo de orgulho”

Publicado em 23/03/2018

Popular na pele do carismático Xodó, de O Outro Lado do Paraíso, novela das 21h, da Globo, Anderson Tomazini ganhou destaque aos poucos na trama de Walcyr Carrasco. O personagem foi crescendo e, hoje, é um dos que chamam mais a atenção, quando se trata do elenco secundário.

Em entrevista ao Observatório da Televisão, Tomazini revelou estar surpreso com o papel ganhando importância e até lembrou de quando fez o teste para entrar na novela. O ator também elogiou o escritor da trama e contou detalhes da sua vida pessoal, como o amor por seu filho. Confira.

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Você acabou de ser cercado pela imprensa. Você imaginava passar por algo assim?

Vou te falar que já passei muita coisa na minha vida, mas isso aqui é a primeira vez, nunca pensei que isso fosse acontecer. Quem não gosta disso, não é? Nós atores somos um bando de vaidosos.

Como tem sido a repercussão do Xodó e das últimas cenas dele preso na mina com os outros garimpeiros?

Eu achei que a repercussão foi muito legal. Foram cenas que a equipe se empenhou muito para fazer. Às vezes, as pessoas me parabenizam pelas cenas, mas acho importante parabenizar não a mim, e sim a toda à equipe, direção, produção e atores. Quando estávamos gravando a cena do desabamento da mina era tudo muito tenso, e havia um tempo para entregar a cena, então, todo mundo trabalhou no amor e merece os louros por isso. Logo depois ganhei essa trama com a Cleo (Giovana Cordeiro), e acho tão lindo falar de amor porque precisamos falar sobre isso hoje em dia. Já chegaram a me perguntar se eu, Anderson, tiraria alguém de um bordel e acredito que quando existe amor qualquer tabu cai por terra. Se pesquisarmos na internet, achamos cada história legal. O amor verdadeiro não exige nada em troca além da companhia, e é esse amor que o Xodó tem pela Cleo, e poder passar essa mensagem de amor no momento complicado que vivemos no país para mim é motivo de orgulho. Só tenho a agradecer a Deus, e ao Walcyr Carrasco pela oportunidade, o Mauro Mendonça, e a todos os diretores.

A Mercedes já tinha previsto a entrada do Xodó na vida da Cleo, um homem que a tiraria do bordel. Como foi a sua expectativa para essas cenas?

A primeira cena com a Fernanda que foi ao ar essa semana, eu já estava numa expectativa grande porque foi uma cena linda. A Fernanda Montenegro é uma querida, está onde está porque merece mesmo, e contracenar com ela foi um grande presente para mim. Não sei o que vai acontecer por aí.

Pode contar para a gente o que vai acontecer?

Conto nada. As contas lá em casa estão vencendo tanto que estou até torcendo para elas. Não posso contar não senão perco meu emprego (risos).

Você acha que existe possibilidade da Cleo abandonar o Xodó e voltar com o Mariano?

Eu não sei. Prefiro não opinar, mas novela do Walcyr Carrasco pode ter de tudo. De verdade não sei, e se soubesse não falaria também (risos).

Como vocês se prepararam para a cena do desabamento da mina?

Na verdade, foi um processo de seis dias. A gente gravava em um cenário, os personagens que estavam do lado de fora da mina gravavam em outro. Depois gravávamos dos dois lados de uma parede, e ao todo foram seis dias bem pesados. Todos os nossos atores são super responsáveis, esse pode ser um dos motivos da novela ter conquistado tanto. Todos os atores chegam com o texto decorado, com a composição do personagem desenvolvida para aquela cena. O Henrique deu diversas orientações para a gente e todo mundo chegou preparado para fazer aquele trabalho tão lindo.

Fiz uma pergunta ao Alexandre Rodrigues e vou fazê-la para você. Mesmo sendo de mentirinha, deu algum tipo de medo interpretar essa cena?

Ficar preso não deu medo. Em meu processo de atuação, vivo muito aquilo que estou interpretando, e acredito que a cena que as pedras caíram não foram tão difíceis, mas a cena que o Xodó carregava o Amaro era um desespero tão grande, porque ele não podia se mexer por não estar enxergando, e eu precisava guiá-lo dentro de um espaço pequeno, com a dificuldade das pedras, com toda a coisa da câmera, olhares, etc, e essa sim foi uma cena bem difícil.

Você sabia que o Xodó era tão querido? Porque na cena que as pedras caíram sobre ele, todo mundo no Twitter ficou preocupado com ele.

Para começar, eu não tenho nem Twitter, aí vieram me falar que eu era TT, que não sabia nem o que era (risos). Achei que Trend sei lá o quê, era um site que tinha saído algo legal sobre mim, daí perguntei a uma amiga, e ela me explicou, me mostrou, e pensei “Que coisa maravilhosa”. Xodó está mudando minha vida, ele foi muito bom para mim.

O que mudou em sua vida pessoal com o personagem? O assédio aumentou

Assédio não tenho. As pessoas sempre me respeitam bastante até porque sempre respeitei todo mundo. Eu não sou muito de sair, mas o crescimento das minhas redes sociais tem sido tão acentuado que não estou conseguindo responder todo mundo. Antes, eu conseguia responder a todo mundo e curtir todos os comentários. Eu gosto desse contato direto com o público. Quando eu fazia teatro, eu tentava receber todo mundo no final da peça. Na televisão, a gente não tem muito isso, então, a forma de sentir é pela rede social mesmo. Na segunda-feira, fiz uma live com a Giovana Cordeiro ao final do capítulo, e tinham milhões de pessoas assistindo.

Você sabe o quanto seus seguidores aumentaram durante a novela?

Eu tinha 60 mil no começo da novela, agora estou com 220 mil, mas estou querendo chegar em 1 milhão gente (risos).

Você acha que veio rápido esse papel no horário nobre para você?

Acho que tem duas maneiras de enxergar a chegada desse papel na minha vida. Se olhar pelo lado profissional do ator que se formou e chegou aqui onde acredito que todos os atores queriam estar, foi muito rápido, porque o processo foi de 2013 até agora. Mas, por outro lado, a minha vida adulta contribuiu demais para o Anderson Tomazini que sou hoje, esse que trabalhou em diversas coisas, viajou por vários lugares do mundo para trabalhar. Não estou me gabando, mas é que tudo isso é uma bagagem tão rica para mim, quando trabalhei com Uber, por exemplo, eu ouvi diversas histórias, e isso vai mudando a gente. Quando eu ia para a balada, sempre que eu ia conhecer uma menina, eu inventava uma profissão diferente. Adorava falar que era piloto de helicóptero não sei porque (risos). Dizia “Estou aqui hoje porque meu chefe só vai sair amanhã, então, vim dar uma passeada”, aí elas perguntavam como era. Eu sempre andava com um relógio bonito, falsificado, mas bonito, e falava “Esse relógio é de aviador”. Sempre fui de criar histórias o que acho que contribuiu para minha formação como ator.

Sobre o relacionamento entre Xodó e Cleo. Você já viveu algum relacionamento que passou por algo de tabu?

Já. Essa história mesmo da Cleo eu já vi acontecer, não comigo, mas com um grande amigo meu. Quando eu morava em Brasília e trabalhava no ramo de autopeças, um amigo de loja tirou uma moça de um bordel em Anápolis e levou para morar com ele, enfrentou preconceitos na maior naturalidade, por amor. Eu acho que quando você sente que é amor e é recíproco, não tem o que discutir.

Você trocou uma ideia com ele para interpretar o Xodó?

Não. Ele era de Brasília, e quando fiz o teste para a novela que aconteceu parte em São Paulo, parte no Rio, eu não sabia que o personagem se envolveria com a Cleo.

Essa semana rolaram histórias de que você e a Giovana Cordeiro estariam se envolvendo fora da novela…

Eu vi, até olhei hoje que falaram isso numa outra emissora. O que acontece é que a Giovana e eu nos damos muito bem, ela é maravilhosa, e super generosa como atriz. Quando iniciou o romance entra a Cleo e o Xodó, conversei com ela e falei: “Gi, é uma grande oportunidade para a gente, novela das 21h, vamos trabalhar juntos e focar nisso?”, e ela na hora disse: “Vamos”. Então a gente já se encontrou na praia para estudar texto, discutindo o rumo dos personagens, e deu certo. Nessa segunda, por exemplo, falei com ela: “Vai ao ar um capítulo bem legal, vem aqui pra casa, uma amiga minha vai fazer uma janta, quando terminar o capítulo a gente faz uma live para o pessoal mandar perguntas”,  e todo mundo gostou. A nossa amizade está acima de qualquer conversa e qualquer fofoca. Estamos bem seguros quanto a isso.

Ficou mais fácil paquerar?

Eu não sei, porque estou tão focado no trabalho, porque o personagem está crescendo e vem coisa boa por aí, e não posso perder essa que é a oportunidade da minha vida. Não vou trocá-la por festas ou qualquer outra coisa. Só meu filho me tiraria dessa empreitada porque é meu sonho, estou feliz, não estou sofrendo. Se eu disser que não estou à procura do amor, estarei mentindo, mas espero que ele bata a porta porque está bem difícil de encontrar na rua.

Às vezes, o amor está ao seu lado, até mesmo na novela…

Acho que não (risos). Sei que isso pode acontecer mesmo, as pessoas se envolvem quando trabalham, mas aqui é tudo muito profissional e eu não gostaria de me envolver, não acho que seria legal, e de coração, não acho bom me envolver com uma colega de trabalho.

Você está carregando um terço?

Sim, ele é a minha proteção, estou sempre com ele. Os camareiros aqui até já sabem que só entro em cena com uma meia de uma determinada cor, que é a minha meia da sorte.

Você falou que tem um filho, qual a idade dele?

Ele tem dois anos e oito meses, se chama Caio e mora em Brasília com a mãe dele. A saudade fica por conta do celular, ontem mesmo eu estava falando com ele por aqui.

Você falou que viajou o mundo, fez outras coisas. Onde você já morou e o que já fez?

Já fiz de um tudo como diz o Xodó. Já fui vendedor, modelo, panfleteiro, trabalhei em shopping, loja de autopeças, motorista de Uber. Morei em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Coréia, Estados Unidos, Filipinas. Tudo como modelo, porque eu fazia muitos eventos.

Seu personagem começou pequeno. Você esperava esse sucesso, e o Walcyr acabar acreditando no seu trabalho?

Não esperava mesmo, não, porque desde o começo me falaram que meu papel era pequeno. Eu estava muito nervoso inclusive, porque cheguei para fazer treinamento e estava Juliano Cazarré na minha frente, meu ídolo. Na verdade, eu estava muito tenso ainda mais pelo rótulo que criam para a gente por conta de beleza e quero tirar isso da minha vida. Antes eu só ouvia coisas como “Como você é bonito”, e agora ouço “Estou gostando do seu trabalho”. O trabalho está começando a ficar na frente da beleza, o que acho muito importante. Nunca quis me aproveitar disso, sempre ralei. Todo mundo conhece o Walcyr como um autor que dá chance aos atores, mas não acreditava que seria assim.

Xodó sabe o segredo de Sophia. Mercedes falou com ele que uma hora ele vai ter que contar. Você quer que ele conte? Porque é possível que ele morra também caso abra a boca…

Gente, já tem coisa escrita, mas não posso falar. Qualquer coisa que seja minha opinião pode parecer que seja o que vai acontecer (risos). To precisando de um dinheirinho, não posso perder esse emprego não (risos).

* Entrevista feita pelo jornalista André Romano

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