Rafael Losso fala sobre O Outro Lado do Paraíso: “Zé Victor ainda vai aprontar muito”

Publicado em 04/02/2018

Rafael Losso é o típico ator que se entrega de corpo e alma aos seus personagens, prova disso, é a sua entrega ao compor o garimpeiro Zé Victor, em O Outro Lado do Paraíso, personagem esse, que requer “cuidados”, para não cair na famosa caricatura. Mas, Rafael está conduzindo esse homem do garimpo com muita verdade e empenho, algo que ele sempre fez em sua jornada profissional. Em uma conversa franca com a nossa reportagem, Rafael contou detalhes de seu personagem na trama de Walcyr Carrasco, e, revelou um pouco do artista que boa parte do público desconhece. Confira:

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Como está sendo participar de uma novela que está na boca do povo. Você é pé quente. Você participou de ‘Império’, e o folhetim levou o Emmy…

“Está sendo mágico. Um folhetim que nos tira do sofá para assistir de pé. O Walcyr é um autor excepcional. Ele surpreende a todos nós. E a direção é simplesmente sensacional. O Maurinho tem uma equipe que é muito criativa e autêntica e o resultado não poderia ser diferente, temos recebido um retorno muito positivo do público. Confesso que tive a sorte de cair em projetos maravilhosos, agora, se eu sou pé quente, vou deixar pra acreditar só mais pra frente.”

Você está sendo bem elogiado pela crítica especializada ao encarnar esse homem do garimpo. Como foi a construção desse personagem cheio de mistério?

“Confesso que nada aconteceria se não fosse esse grupo de atores que jogam junto e dialogam na mesma energia. Eu, particularmente, fui buscar embasamento em documentários e filmes sobre o assunto. Também tivemos o contato com um especialista/ garimpeiro e o Juliano Cazarré, por já ter feito um filme que tratava desse mesmo tema, nos ajudou muito. Mas, sem esse grupo de atores do Garimpo nada aconteceria. É jogo o tempo todo, olho no olho. Aí, a magia acontece.”

Além da composição, você mexeu bastante no visual, né? Precisou emagrecer para o papel?

“Dessa vez eu não precisei emagrecer. Tentei até ficar um pouco mais forte. Tive que deixar a minha barba rala crescer, o que é muito difícil pra mim, porque quase não tenho barba. Depois vem uma camada de maquiagem e bora pra mina.”

Mesmo sendo esperto, Tônia (Patrícia Elizardo) o enganou.. Quando ele descobrir a mentira, o personagem irá se transformar?

“Olha, o Zé Victor pode ficar bem furioso. Ele é bem prático. Não pensa muito antes de fazer. Então, podem aguardar que vem surpresa por aí.”

Como está sendo a repercussão nas ruas?

“A repercussão é maravilhosa! O povo tem gostado muito. Muita gente vem falar comigo nas ruas. O núcleo do garimpo tem agradado bastante. Acredito alcançamos um caminho bacana, no qual conseguimos mostrar essa coisa bronca e ao mesmo tempo sentimental dos garimpeiros. Ali é sangue, suor e coração.”

Como está sendo contracenar com grandes nomes da nossa dramaturgia como Marieta Severo, Laura Cardoso, etc?

“É sempre um aprendizado, a cada dia. Dona Laura é um exemplo para todos nós. Ela é uma inspiração e vê-la atuando é alimentar o coração. E Dona Marieta é a pessoa mais sensacional desse mundo, já posso considera-la uma amiga. Ela é tao carinhosa e atenciosa com todos. Está sendo uma honra estar em um projeto com essas mulheres. Sem deixar de falar, é claro, de Dona Fernanda, que pára o mundo quando fala. E Sr. Lima Duarte, que cada vez que eu encontro, me mostra uma foto dos tempos áureos do teatro, ou me conta um caso da história do teatro no Brasil. Creio que essa será para sempre lembrada como uma novela magnífica, só pelo fato de reunir tanta história de vida num mesmo folhetim.”

Como surgiu a arte em sua vida?

“A arte veio já desde cedo. Quando criança eu queria ser bailarino do Michael Jackson, mas infelizmente não rolou. Então, com 15 anos, entrei para um grupo de teatro na escola. E aquilo me marcou de uma forma tão profunda, que eu não consegui mais sair.”

Você tem algo em comum com o personagem?

“Creio que não. Às vezes acontece sim, mas a realidade do Zé é tao diferente da minha, que a construção foi o melhor jeito de apresentar esse personagem ao público.”

Como é o Rafael fora dos holofotes?

“Eu sou muito tranquilo. Gosto de esportes, leitura, assistir filmes sempre que posso e prefiro muito mais um boteco com amigos ou roda de violão na casa de alguém, do que ir a uma festa ou balada cheia de gente com música extremamente alta.”

Você parece ser um cara bem tranquilo. O que tira você do sério?

“A política do Brasil, e a falta de educação.”

Você fez uma participação antológica na série ‘Sob Pressão’, seu personagem descobriu ser portador do vírus HIV, no dia em que o filho dele nasceu. Sua interpretação repercutiu muito por sua entrega.. O que esse personagem agregou em sua jornada profissional? Hoje, você vê o portador de HIV, com outros olhos?

“Fazer o Maicon no ‘Sob Pressão’, foi um verdadeiro presente. Viver um personagem como esse, é um grande desafio e fui feliz nas escolhas. Mas nada como ter a atenção da direção e do elenco. Foi fundamental. Eu já havia feito uma pesquisa sobre portadores do vírus e muita coisa já tinha mudado. Ainda existe muita falta de instrução sobre a doença, muito preconceito. Mas, os tempos mudaram. Os remédios avançaram muito e os portadores têm a possibilidade de viver uma vida relativamente normal. Só precisamos de mais amor no mundo mesmo.”

Falta informação para a população em relação a doença, né?

“Acho que sim. Ainda estamos engatinhando. Mas, eu acredito na mudança. Mas o povo tem que se mexer e correr atrás do prejuízo que esse sistema educacional promove no Brasil.”

Qual foi o aprendizado disso tudo?

“Seres humanos são todos iguais. Cheios de problemas, loucos para encontrar amor. Temos que lutar por um mundo mais solidário. Aquele clichê maravilhoso: ‘Seja legal com todo mundo, você nunca sabe o quanto aquela pessoa já sofreu’. É isso.”

Além da novela, você tem outros projetos no audiovisual ?

“Tenho sim. Esse ano (obrigado universo) eu estreio mais dois seriados. ‘Rio Heroes’, que estreia esse mês, na Fox Premium, e ‘Rotas do Ódio’, que deve estrear entre março e abril na Universal Channel. Tem também um longa-metragem chamado ‘Virando a Mesa’, um filme do Caio Cobra, que deve estrear até o meio do ano.”

Qual o país que você deseja para as próximas gerações?

“Um país mais honesto com o seu povo. Um sistema de educação mais preparado para o mundo de hoje. E que a gente consiga garantir saúde pra todo brasileiro.”

O que podemos esperar dos próximos capítulos envolvendo o Zé Victor?

“Zé Victor vai aprontar muito por ai, viu. Podem esperar momentos surpreendentes. Ainda vem muitas reviravoltas nessa historia.”

Deixe um recado para os nossos leitores ..

“Só espero que todos estejam se divertindo com o Zé e continuem acompanhando ‘O Outro Lado do Paraíso’, porque agora será uma semana mais intensa que a outra. Beijos a todos e vamos seguir no amor. Obrigado!”

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