Mal terminaram as gravações de Novo Mundo, e Romulo Estrela já estava se preparando para entrar em Deus Salve Rei, próxima trama das 19h da Globo que estreia no próximo dia 9 de Janeiro. O ator que terá a chance de encarar seu primeiro papel de protagonista, num folhetim repleto de inovações tecnológicas conversou com nossa reportagem e falou sobre Afonso seu personagem, as cenas de luta, o sucesso na carreira. Confira:
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Como você analisa sua participação em Deus Salve o Rei?
Eu acho que eu vim de trabalhos que me preparam para esse momento, espero conseguir exercer a minha função da melhor maneira, como sempre exerci. Então, eu estou muito feliz com a oportunidade, na verdade, eu acho que estou grato, essa é a palavra que define o meu momento. É um personagem lindo, uma novela inovadora, que vai surpreender o público. A gente está fazendo uma coisa que não foi feita ainda e que eu acho que a gente precisa para título de evoluir o audiovisual das novelas.
Como o personagem Afonso chegou para você?
Eu estava gravando Novo Mundo, quando fiquei sabendo que ia fazer essa novela. Eu ia fazer o Tiago, e por uma questão da saída de outros atores, eu acabei fazendo o Afonso. E assim, desde o início, eu já estava com essa trupe, com essa equipe trabalhando e me preparando. Na verdade, na minha última semana de gravação de Novo Mundo, eu já conciliei com a preparação de Deus Salve o Rei, porque eu não queria perder nada. Essa preparação serviu para unir esse grupo, para deixar a equipe bem coesa, falando a mesma língua, e o público vai sentir isso.
O que você fez de preparação para esse personagem?
Eu fiz uma preparação com o Eduardo Melevski por três semanas, e a gente fez arco e flecha, luta com espadas, luta corporal, e treinos com cavalo. Eu particularmente venho de novelas de época, então, são novelas que eu acabo revivendo, visitando.
Teve algum momento mais complicado nessa preparação?
A luta com espada eu faço desde Além do Tempo, então, é a quarta novela: Além do Tempo, Liberdade, liberdade, Novo Mundo, que apesar de não ter tanta luta, ela era um instrumento que fazia parte, e agora nessa novela, porque a gente tem muita cena de ação. A gente está falando da alta Idade Média do século XV, XIV, nesse universo era época de conquista. As pessoas saíam em expedição, saíam em busca de novas terras, e isso se dava no corpo a corpo, no duelo. Eu estou muito confortável, mas sempre acontece, o cavalo, por exemplo, se você não monta, é melhor nem subir nele.
Mesmo com a computação gráfica, tem dublês na equipe?
A gente tem mais de um, porque depende da situação da cena. A gente tem uma equipe de dublês muito bacana e não temos tantas cenas de perigo. Eu até imagino, às vezes, que o público pense que por ter tanta ação, as cenas são perigosas, mas não é isso que acontece. A gente está muito preparado para fazer esse tipo de cena.
O que mais te instiga no Afonso?
Acho que a coragem do Afonso em escolher abandonar um trono para viver um grande amor. A nossa vida, a vida de cada um é feita de escolhas e, obviamente, quando você escolhe, você abre mão também de outras coisas. E a coragem do Afonso para fazer isso é uma coisa que me encanta.
Você está na estrada há muito tempo, e a gente também sabe que a vida artística é muito difícil. Você já pensou em desistir?
Eu nunca pensei em desistir, sempre acreditei nos meus objetivos e conquistei. Eu me considero um ator super jovem, e que está aprendendo a cada trabalho, essa que é a verdade.
Ser protagonista é um objetivo?
Nunca pensei nisso como objetivo. Eu sempre batalhei para ter bons personagens e ter a oportunidade de fazer esses personagens, acabou abrindo portas para mim, e eu acho que o Afonso é um exemplo disso.
Você acha que vale a pena abrir mão de tudo pelo amor como seu personagem?
Eu acredito no amor, o amor faz parte da minha vida. Acho que o amor é salvação para o mundo que a gente vive hoje, inclusive.
Saiu muito na mídia que o seu personagem seria disputado pelas personagens da Marina Ruy Barbosa (Amália) e Bruna Marquezine (Catarina), mas até o momento só vimos a Marina. Explica como será isso….
A gente está no comecinho da novela (risos). O público pode esperar uma novela cheia de aventura, cheia de risos e, sobretudo, uma novela que fala muito de amor, de romance. E falando do meu personagem, o Afonso, ele vai passar por algumas provações à medida de algumas escolhas, e o encontro com a personagem da Bruna é um pouco isso.
Você já passou provações semelhantes ao do Afonso?
Na minha vida pessoal, eu sempre fiz as minhas escolhas, e acho que por colocar o amor em tudo, as coisas aconteceram muito de uma maneira natural para mim e muito dentro do que eu esperava.
Você pensa muito no seu filho em relação aos seus trabalhos? Pensa que futuramente ele vai ter acesso aos personagens vividos por você?
Filho é uma coisa que, na verdade, a gente pensa o tempo inteiro. É o que me motiva, o meu filho me ajuda a recarregar as energias todos os dias quando chego em casa, porque eu tenho feito um trabalho que tem exigido muito de mim e, às vezes, eu vejo ele em momentos raros do dia. Mas faz parte da vida, isso não é um problema, é uma coisa que eu lido de uma maneira muito natural, porque eu tenho uma parceira que é incrível. A minha mulher me ajuda muito nisso.
Já estão encomendando o segundo filho?
Nem pensar (risos). Acho que é um momento nosso de trabalho, de focar na vida profissional. O Théo veio, já abençoou a nova família e, nesse momento, a gente tem que focar em outras coisas. A família está bonita e da maneira que a gente queria.
Você ficou surpreso com a repercussão de Entre Irmãs?
Eu vou ver bem sincero, eu quero que o público conheça essa história. Vai entrar agora na Globo como série, acredito que aconteça algo nesse tipo, não sei muito. É uma história tão linda, que fala de amor, de escolhas também, decisões importantes e eu tive o prazer de fazer o personagem que fiz, que é o Degas. O filme é lindo e eu super indico, não porque eu fiz, mas porque é realmente um eco do cinema nacional. O Breno fez nesse filme tudo que ele sempre quis fazer, me arrisco a dizer isso, porque eu sou apaixonado pelo filme, pela fotografia, pelas histórias dessas duas mulheres que são de garra, fortes. É um filme feminino, mas sobretudo, um filme muito importante para o cinema nacional.
O que foi mais difícil na paternidade?
Eu me preparei junto com a minha esposa para essa chegada do Théo, então, a gente não teve muita surpresa. Acho que a surpresa maior é você explicar para os seus pais que as coisas mudaram, porque não existe regra, cada criança é uma criança, cada criação é uma criação, inclusive essa diferença é mais bonita porque você está vendo indivíduos se formarem.
Onde você foi buscar referências para o seu personagem?
Eu confesso que tenho um encantamento por esse período. A era medieval é uma época que eu sempre tive bastante curiosidade. Obviamente, que na nossa pesquisa, a partir do momento que eu sofri ao fazer esse personagem, a história social, dos costumes serviram de base. A gente teve algumas referências de filmes e séries, onde você vai buscando em cada coisa um pouquinho e, obviamente, dentro dessa paixão que eu tenho por essa era medieval eu também tenho uma colagem de coisas até surgir o meu Afonso. O figurino também me ajuda muito.
Você precisou usar apliques no cabelo?
Eu terminei a novela anterior com o cabelo um pouco maior. Coloquei o mega por opção, porque que queria esse peso, queria mudar. Essas coisas todas, filmes, séries, estudos do momento social e o que eu já tinha dessa época me ajudaram a construir o Afonso.
Você tem algum filme do período medieval como preferido?
Eu tenho alguns atores que fizeram filmes nesse lugar, até um pouco mais antigo, que eu bebi ali na fonte, que é o Joaquim Phoenix, Russell Crowe. O Russell Crowe fazendo Robin Hood e o Joaquim Phoenix fazendo o Gladiador, são personagens que eu olhei com uma certa admiração.
Um dos motes dessa novela são perguntas: será que o seu destino é certo? Ou será que uma escolha sua muda o destino? Você já parou para pensar nisso?
Eu acho que uma escolha sim, muda o seu destino, e também acho que o destino não é uma coisa certa. Acho que você faz escolhas o tempo inteiro e a medida que você faz isso, o seu destino muda. A gente só tem que acreditar em uma coisa, ter um objetivo de vida.
Como vai ser o seu fim de ano?
Na casa dos meus pais com a família.
Você tem superstições na virada do ano?
Não tenho. Eu adoro a comida de Natal, é uma época que eu espero ansiosamente.
Como você lida com o assédio?
Isso é uma coisa muito natural, eu nem penso muito nisso, e também nem sou tão assediado assim. E estou com duas atrizes que desde pequenas fazem isso muito bem, não é à toa que elas estão no lugar que estão, e o mais legal é poder trocar, aprender e jogar em cena com elas para que o nosso trabalho fique elevado. É isso que a gente está buscando nesse grupo e buscando nessa novela.
Deus Salve o Rei nem estreou e já está ganhando destaque nas redes sociais, né?
A gente teve uma abordagem diferente, as redes sociais estão bem ativas em Deus Salve o Rei. Enfim!
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.