Responsável por registrar na memória do público o esperto Acerola, Douglas Silva estará de volta às telinhas em janeiro de 2018 com a segunda temporada de Cidade dos Homens.
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Em entrevista ao Observatório da Televisão, o ator falou sobre o amadurecimento do seu personagem, nascido há 15 anos no filme Cidade de Deus, e sobre a importância dos temas sociais abordados na narrativa do autor Marton Olympio e dirigida por Pedro Morelli:
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Como é crescer com o personagem? Porque você foi mudando, então, o personagem também muda, né?
Muda sim, porque o Acerola deixou de ser uma criança, um garoto, virou um pai de família e automaticamente vem a responsabilidade de ser um provedor da casa. O Acerola teve que ficar mais maduro, não quer dizer que ele não tem aquele momento de criança com o amigão dele (Laranjinha). Ele tem responsabilidades, tem dois filhos, então, isso muda também.
Com o passar dos anos, fica mais difícil dar vida ao mesmo personagem?
Tem uma facilidade, porque a gente conhece os personagens desde o início. Nessa temporada, a gente não tinha muito tempo para ensaiar, só que por eu ter essa intimidade com o Acerola, foi fácil saber o que ele estava pensado, o que ele estava sentindo, como ele ia reagir.
Cidade dos Homens é um marco histórico para a questão da representativa negra no audiovisual de uma maneira afetiva, e esse pioneirismo está completando 15 anos. O que você acha que mudou de lá para cá nessa questão da representação do negro na televisão aberta?
Antigamente, em cada episódio, a gente abordava um problema social, não era um problema da favela, era um problema da sociedade. E, depois desse período, por exemplo, na temporada passada, teve o problema da calamidade da saúde pública, agora estamos falando da paternidade, que é um problema que acontece. Tem essa confusão da sociedade do homem ser machista, falando do Acerola, ele quer ser o provedor da casa. Então, está sempre abordando um problema social.
Você tem a sensação de que o seu personagem só entra em encrenca?
Não é encrenca. O Acerola está sempre querendo resolver as coisas, e eu acho que ele não sabe como resolver diretamente e vai buscando isso, e até concluir o objetivo dele, vai se tornando uma encrenca. Mas eu acho que não é sempre, não vamos chamar o Acerola de encrenqueiro não.
Após o hiato de 12 anos, vocês falaram que estavam felizes por voltar com a produção e que, inclusive, sentiram-se um pouco esquecido. E como é agora fazer mais uma temporada de Cidade dos Homens? Saber que deu certo esse retorno, né?
Na verdade, eu já sabia que ia ser um sucesso. Não é presunção minha, mas pelo público pedir tanto, eu não tinha dúvidas nenhuma. Nas minhas redes sociais sempre havia um pedido para voltar, o público sentia essa saudade do Cidade dos Homens. Eu não esperava que seria tanto sucesso, mas espera o sucesso, porque a gente ficou sem ter o Acerola e o Laranjinha na televisão. E a felicidade é sempre a mesma, porque é um projeto super bacana, e estar trazendo de novo a vida do Acerola e do Laranjinha e colocar na televisão é sempre bom. São dois personagens bacanas e alegres.
Os meninos que fazem os filhos do Acerola e Laranjinha foram muito bem na primeira temporada. Você acha que no futuro tem a possibilidade de eles assumirem o protagonismo de Cidade dos Homens?
Acho que total. Depende mais deles do que da gente.
Você está fazendo outros projetos em paralelo com a série?
Eu estava fazendo uma série agora na Netflix, chamada Samantha!. É isso.
Tem previsão de estreia?
Ainda não sei. Nem sei te dizer.
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano