“A Jeiza me mostrou que é possível fazer tudo o que a gente quiser”, opina Paolla Oliveira

Publicado em 12/12/2017

Vitoriosa, Paolla Oliveira ganhou o prêmio de Melhor atriz no Troféu Domingão – Melhores do Ano, por sua personagem Jeiza, policial bom caráter de A Força do Querer. Surpresa, ela disse que não esperava ganhar, sobretudo estando ao lado de atrizes como Juliana Paes e Letícia Colin. Confira o bate-papo que a reportagem do Observatório da Televisão fez com a loira:

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Você esperava levar o troféu de ‘Melhor Atriz’?

Eu estava ali com a Juliana (Paes), que foi um arraso, com uma personagem enorme, que demandou uma energia dessa mulher. Com a Letícia (Colin), também. O ano passado que ganhei, eu estava com a Fernanda Torres e com a Tais Araújo. Qualquer um que esteja ali, que é merecedor, a gente fica honrado. O que acontecesse seria bom. Eu fiquei surpresa, nervosa.

Você achou que seria uma zebra? Pensou que não teria chances de ganhar? A Juliana Paes estava como a favorita, né?

Eu não pensei nisso. Eu já estava indicada. Ganhei uma estrela enorme em casa falando que eu fui indicada, que eu fui uma das três que os funcionários da empresa (Globo) escolheram e que a votação estava aberta para o grande público. Então, assim, a gente vai para uma coisa tão menor pensando que será a zebra ou a favorita. Realmente, eu não tenho isso no fundo do meu coração.

Tem algum personagem que você queria fazer e ainda não fez?

Tem tantos… Tem muitos. Não adianta falar em um personagem cômico ou clássico, eu tenho um milhão de coisas para falar. Mas o personagem é por todo dia, quando ele está na sua mão é que ele é, entende? Ele chega e você cria, vê como ele vai sorrir, como ele vai andar, o pensamento dele, quem ele foi, vidas passadas. Aí é que você se diverte. Tem um monte de coisa, se for para te dizer um agora, eu não sei conseguir falar.

Você já tem planos para o Ano Novo?

Passar com calma, em paz, com saúde, é só isso. Eu tive um ano maravilhoso, aliás, venho tendo anos maravilhosos. Minha família está bem, eu estou feliz, é o que importa.

Você costuma fazer algum ritual no último dia do ano?

Não sou de superstição, mas de agradecimento. Eu agradeço todo dia. Tem que agradecer porque você sai na rua e não sabe se vai voltar para casa. Não sabe se vai ter uma notícia ruim de alguém que você ama. Então, a gente tem que agradecer por estar vivo, de trabalhar, de ser sobrevivente. E não é só no Brasil, é no mundo. É uma onda de coisa ruim, é uma onda de ódio. Eu agradeci lá no palco pelas coisas serem feitas com amor, com carinho.

Você vem emendando alguns trabalhos faz tempo. Agora você vai tirar férias ou vem coisa nova por aí?

Já estou trabalhando (risos).

Esse seu cabelo já estava grande assim?

Tudo meu (risos). Eu estava com o cabelo comprido para a Jeiza, aí dei uma modificadinha para fazer a Carolina, que é uma participação que eu faço em Assédio, uma série que eu não sei nem quando vai ao ar.

No início da novela, você falou que estava se achando poderosa loira, agora você está ainda mais loira. Incorporou mesmo?

Não quis perder, tipo: Sansão (risos). A gente não tem muita escolha, só quando está de férias. Mas quando está trabalhando fica com o cabelo roxo, agora azul e assim vai, e a gente tem que ser poderosa sempre.

A sua preferência é loira?

Eu nasci mais loira. Não assim, mas um pouco mais. Então, quando eu fico morena, eu fico diferente. Não me estranho, me descubro, me redescubro.

Nessa onda de ódio gratuito, os haters te incomodam nas redes sociais?

Incomodam um pouco. Falar que a gente não vê, não fica sabendo é difícil, mas a gente aprende a lidar como tudo na vida. Ninguém agrada todo mundo, ninguém. O que eu não posso fazer é mudar em função de quem não gosta de mim. Eu tenho que ir pelo contrário, tenho que me manter em função de quem gosta de mim.

Em 2018 você vai fazer novela?

Quem sabe, amor… Menos, hein, que eu estou de férias (risos).

No início da carreira, você era tachada como a mocinha, depois você mostrou um outro lado, uma força maior…

Jeiza é uma mocinha. Eu venci na mocinha.

Mas era uma mocinha forte, tipo a Sônia de O Profeta. Eu queria saber como você lida com essa virada que as pessoas tiveram da imagem de Paolla Oliveira?

Da imagem a gente pode falar, mas eu acho que em relação às mocinhas: o que é uma mocinha?; É ser bom caráter?; É ser doce?; É ser feminina?; Eu estou colocando as características que eu acho que devem ter em uma mocinha: ser boa gente, bom caráter, ser sorridente, ser amável. Isso é uma mocinha, né? Só que você coloca ela em determinadas histórias e cria personalidades diferentes. Para mim, a Jeiza é uma mocinha. E eu fico muito feliz de ter vencido com a Paloma, com a Danny Bond, que era uma outra coisa, e com Jeiza. São histórias diferentes. Eu não posso contar uma história de época sem a leveza que ela me pede, sem o sofrimento que ela me pede. É diferente. Se eu fizer a Jeiza seis vezes, vocês vão enjoar dela, entende? Aí, que preciso ser outra coisa.

Quando você pegou o troféu, eu vi uma surpresa, uma alegria. Você se surpreendeu?

A gente não está levando para nenhum outro lugar de competitividade, mas muita gente torcia pela Juliana Paes. Uma cara de choro, né? A gente torce, é gostoso ganhar, né? Mas eu quase me preparo para não ganhar, porque ganhar é tão surpreendentemente bom que eu acho que a expectativa gera uma coisa que não é legal. É muito bom poder celebrar o colega. Eu ganhei, estou feliz da vida, fiquei surpresa. Entrei novamente pagando mico, chorando, aí não consigo falar e toda vez vai ser assim, toda vez. Eu acho que não pode ser diferente.

O que a Jeiza mudou em você? Depois da personagem você mudou sua forma de ser, de pensar?

A Jeiza me mostrou que é possível a gente fazer tudo que a gente quiser. Você pode ser quem quiser dentro das artes e na vida, com as devidas proporções, porque não é a arte, mas a gente também pode ser. Eu não sabia lutar, não sabia se ia dominar aquele cachorro, não sabia lidar com armas e não sabia também se eu ia conseguir mostrar a força que eu queria para essa personagem. Está aí, deu certo e as pessoas, sim, se encantaram com um personagem bom caráter e uma mocinha de fibra.

*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.

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