Marcos Winter explica o motivo de não ter conta em redes sociais: “Se eu tivesse, já teria tomado um tiro na testa”

Publicado em 21/11/2017

Osvaldo Santero, este é o nome do personagem do ator Marcos Winter em Apocalipse, nova novela da Record TV que estreia nesta terça-feira (21). Veterano em dramaturgia, o ator já passou por diversas emissoras, e contou em entrevista ao Observatório da Televisão suas impressões sobre a trama de Vivian Oliveira, sua tentativa de levar para a telinha, o texto de sua peça sobre maconha, e esclareceu suas relações com as redes sociais. Confira:

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Marcos, conta pra gente quem é e como é o seu personagem em Apocalipse.

Osvaldo Santero, filho de Tereza, que é o patriarca da família. Quando jovem, ele era muito envolvido com bandidagem, criminalidade e drogas. Foi para a cadeia e lá dentro se encontrou como pastor, e sai de lá como um cara mudado, um pilar de moral, pessoa comum que trabalha, tem conflitos, e uma fé arraigada. Esse é o perfil da família toda, dos arrebatados. Não sei bem o que posso ou não posso falar.

O seu personagem está desde a primeira fase ou entrará depois?

Ele está desde a primeira fase, interpretado por outro ator mais jovem. Eu entro na segunda fase, e fico até a terceira.

Como você se preparou para viver este personagem?

Eu particularmente não tive muito tempo de preparação, porque fui um dos primeiros a gravar, tinha acabado de fazer Magnífica 70, na HBO,  e no dia seguinte estava gravando na Record TV. Tivemos um encontro com todos do elenco, com a autora e diretores, participamos de palestras, vimos e lemos algumas coisas. Tem vários documentários sobre o apocalipse hoje em dia na TV fechada. É uma historia que vamos contar como tantas outras.

Você fez a peça Monólogos da marijuana. Saíram notícias que você tinha tentado levar o texto dessa peça para a televisão…

Quase levei, fui convidado a conversar em diversas emissoras mas ninguém teve coragem. Eu sou a favor da descriminalização da maconha. Acho uma verdadeira hipocrisia o que se ganha com o tráfico. Queria ver se tem algum macho que proíbe o chopp ou o vinho no país. Primeiro temos que separar o que é droga e o que é veneno. Não dá para liberar o crack porque ele vai te matar, como não se liberam varias substâncias fatais. O vinho é uma droga, a cerveja é uma droga e estamos tapando o sol com a peneira. Em 6 mil e tantos anos de história escrita não existe registro de alguém que tenha morrido por causa de maconha. Essa é mais uma hipocrisia dentre outras coisas que estão acontecendo por aí.

Como você enxerga a profissão de ator nos dias atuais. Acredita que com as redes sociais a interação mudou?

A profissão mudou muito. Fiz uma escolha anos atrás de não fazer parte de nenhuma rede social porque minha palavra é muito pesada. Durante minha vida inteira fui envolvido e engajado nos direitos humanos, lutando contra trabalho escravo e contra a violação sexual infanto-juvenil, então acho que tendo uma rede social eu já teria tomado um tiro na testa. Tem muita gente desonesta por aí, e acho que entregamos o país para muita gente desonesta, numa hora que achamos que ia dar certo, mas vamos esperar mais 50 anos para ter esperança. Infelizmente cagaram com nosso país.

Você começou a carreira na Globo e sua última novela lá foi Flor do Caribe, de 2012, não é?

Isso. Meu primeiro trabalho em televisão foi na Globo em 1988, depois fiz Manchete, voltei para a Globo, fui fazer a Record TV em São Paulo ainda. E até brinco, que antigamente era difícil, hoje em toda família tem um artista.

*Entrevista feita pela jornalista Núcia Ferreira.

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