Bruno Cabrerizo analisa primeiro papel no Brasil como protagonista: “É uma grande responsabilidade”

Publicado em 01/09/2017

Bruno Cabrerizo será Inácio, protagonista da próxima novela das 18h, Tempo de Amar, que estreia na Globo em setembro. O ator que fez sucesso na Itália e Portugal contou durante a coletiva de divulgação da trama sobre a importância do personagem em sua carreira, agora em seu país natal:

Leia também: É uma vitória o público aceitar Ivana, que entra para a história

Quando você foi para a Itália, você foi despretensiosamente. Você já tinha um projeto?

Fui completamente sem projeto exato de vida. Fui para passar três meses, que é o tempo que temos direito como turistas, com 3 mil dólares no bolso. Fui com a cara e a coragem e as coisas foram acontecendo devagar. Fui trabalhando como motorista, levando turistas no aeroporto, trabalhei com contabilidade, modelo até poder começar minha formação como ator. Depois comecei a fazer pequenas participações.

Você teve a certeza que iria se dar bem?

Não, porque eu vivia muito o presente. Em 2005, quando saí do Brasil, eu sofria por ansiedade por pensar demais no futuro, queria respirar novos ares. Quando ficamos ansiosos, não vivemos o presente.

Como foi para você participar do reality de dança na Itália?

Eu trabalhava como modelo para me manter porque era um trabalho que me dava tempo livre para fazer minha formação e ganhava mais que outros trabalhos considerados normais. Aí a apresentadora do Dancing me notou, fizeram uma seleção, eu passei, e fiz o programa.

E você já estava falando italiano fluentemente?

O italiano é a minha segunda língua, então eu tinha uma boa noção por causa do meu bisavô, depois estudei a língua e fazia dicção diariamente para me aperfeiçoar, e depois consegui meus primeiros trabalhos como ator já falando em italiano.

Dá medo de estrear no seu país como protagonista?

É uma responsabilidade muito grande. A ansiedade existe agora para a estreia, e fui aprendendo a controlar isso com o tempo. Estou com 38 anos, então já passei por muita coisa, aprendi com meus erros. Sem dúvida começar como protagonista é excelente começo, mas não dou tanto peso a isso, porque qualquer produção é feita por um grande elenco, uma grande direção e não somente pelos protagonistas. Claro que o protagonista tem um peso, mas todos nós trabalhos em prol da produção, e estamos muito unidos nesse objetivo comum.

Se o Jayme Monjardim não tivesse te convidado para estrelar a novela você continuaria em Portugal seguindo a carreira lá?

Provavelmente sim.

É bom fazer novela lá? Você falava o português de Portugal?

É. A diferença entre fazer novela em Portugal e no Brasil é muito pequena. A seriedade e profissionalismo existem nos dois países, mas a Globo é uma máquina muito grande, as produções daqui são maiores, envolvem mais gente, e mais tempo.  Eu fazia papel de brasileiro lá, por isso não falava o português de Portugal, embora tenham dito que estou com um leve sotaque de lá ainda. O mercado português se abriu muito para os brasileiros e peguei o início dessa onda de abertura. Existem ótimos atores lá, e muita fartura para este mercado. Até mesmo alguns colegas brasileiros me perguntam como funciona a televisão portuguesa, e explico, dou dicas, contatos, e acho boa essa mesclagem.

Em Tempo de Amar, seu personagem terá sotaque?

Não. O Jayme optou por um sotaque neutro, que chamamos de licença poética. Um exemplo claro disso foi O Primo Basílio, que se passava inteira em Lisboa e os atores falavam o nosso português brasileiro. Nessa novela iremos conjugar o verbo na segunda pessoa respeitando a época. Os personagens brasileiros vão usar o gerúndio, já os personagens portugueses vão todos usar o infinitivo.

O rótulo de galã te incomoda?

Nada. Sendo bem sincero, pode parecer meio clichê, mas me olho no espelho e vejo só os olhos bonitos, mas dizer que sou um galã, pelo amor de Deus… (risos). Você já viu o tamanho do meu nariz? Eu levo na boa, mas é uma questão muito subjetiva, assim como a beleza. Não me acho bonito mesmo, estou preocupado só em fazer bem meu trabalho e deixar uma porta aberta com a Globo no mercado brasileiro, então não dou peso nisso.

Você acha que por ser uma novela romântica, Tempo de Amar vai deixar o telespectador mais calmo sem pensar em coisas ruins que têm acontecido no país?

Acho que é importante nesses tempos de guerra, difíceis de violência, é importante falar de coisas mais leves, por isso nada melhor que falar de amor.

*Entrevista realizada pela jornalista Núcia Ferreira

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade