“É estafante, mas fazemos o que gostamos”, diz Mateus Solano sobre atuar em Pega Pega e na Escolinha ao mesmo tempo

Publicado em 29/06/2017

Mateus Solano está se desdobrando para conciliar dois trabalhos na televisão. O personagem Eric, da novela Pega Pega e Zé Bonitinho, na nova temporada da Escolinha do Professor Raimundo. Durante uma conversa com o Observatório da Televisão, nesta quinta-feira (29), o ator falou sobre a rotina, os conflitos vividos por seu personagem Eric e sobre a boa repercussão da trama das 19h da Globo.

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Como está sendo sua rotina agora que está com dois personagens, tanto em Pega Pega como na segunda temporada da Nova Escolinha do Professor Raimundo?

Saí daqui duas da manhã vestido de Zé Bonitinho, mas agora estou de Eric (risos). É estafante, mas como a gente faz o que gosta, sentimos que não estamos trabalhando nunca. A novela está funcionando tão bem e com isso fico mais feliz ainda. Veja, é só gente feliz que trabalha aqui (risos).

Recentemente você postou uma foto vestido de gari, e tinham garis no Twitter agradecendo. Alguns citaram nas redes socais que se sentiram gratos pelo reconhecimento afinal já tinham sido criticados anos atrás pelo Bóris Casoy.

Ah gente, falar mal do gari? Vai pensar sobre o seu lixo primeiro. Se tem uma coisa que estou entrando e vou entrar cada vez mais firme é na onda da sustentabilidade. Acho que você criticar um gari é como criticar um professor, uma pessoa da qual você depende dela para viver. Estou mostrando a importância de quem serve a você, e é importante pensarmos sobre isso.

Falando um pouco sobre a novela, essa ligação do Eric com a filha é muito interessante. Isso está repercutindo?

Sobre a novela no geral a repercussão está sendo muito boa. O personagem é muito humano, e não entende o que está acontecendo com a filha. A falta de entendimento é o que causa a identificação, porque se ele entendesse e rapidinho resolvesse aquilo, ou só demonstrasse carinho poderia ser resolvido, mas existe o conflito de um pai que não sabe amar direito, cuidar da filha e dar o que uma filha adolescente precisa.

Para você que é um pai mais presente, foi difícil construir esse personagem que sempre tratou a filha de forma mais distante?

O Eric começa descobrindo tudo isso mudando seu comportamento. Quando a novela começa, o público tem um vislumbre do homem que ele foi, então quando ele conhece a Luiza (Camila Queiroz), ele já está se transformando. Ele tem algumas brigas com a Bebeth (Valentina Herszage), tem a seriedade nos negócios, mas é perceptível essa transformação dele. É claro que me ajuda o fato de eu não ser como ele na minha vida pessoal.

Como é fazer um personagem que é pai de uma filha adolescente?

Meus filhos ainda não são adolescentes, então isso é algo novo. A minha relação com a Valentina Herszage é ótima, e me dá muito prazer contracenar com ela. Como são personagens que têm muito conflito, é muito rico quando nos encontramos em cena. Sinto que as cenas que vão sendo gravadas são cada vez melhores porque vamos ficando mais íntimos entre os atores. Eu fico pensando que daqui a 20 anos, eu vou olhar para a Valentina e dizer “poxa, eu atuei com ela na primeira novela dela, olha ela lá em cima”.

A Mariana Santos disse que a Maria Pia vai se declarar para o Eric, seu personagem. Você acha que ele já sabia da paixão dela e fingia não ver?

Eu acho essa uma super sutileza da novela. Mesmo sendo uma novela popular, o Eric guarda certas sutilezas semelhantes às das pessoas na vida real, que se acomodam. A gente se acomoda mesmo sabendo que o outro sofre, e não faz nenhum esforço pessoal, porque se está bom para ela, ele finge que não vê. Quando ela se declara, a gente descobre que o Eric tinha um vislumbre daquilo, mas realmente não queria enxergar por certo conforto. No primeiro capítulo após a revelação, eles têm uma briga, e depois ele diz “Você se apossou da minha vida e eu não falei nada por pena de você. Vai cuidar da sua vida”. É uma relação conflituosa porque eles se conhecem desde o colégio, mas ela ficou lá naqueles 15 anos dela querendo aquele menino, e não se desenvolveu. O Eric por outro lado também não se desenvolveu, ele mergulhou no dinheiro e no mundo dos negócios e não resolveu seus próprios conflitos.

Muitas pessoas têm criticado sua química com a Camila Queiroz. Como você lida com isso?

Eu acho que tem alguma responsabilidade da precipitação de uma relação que já começa no primeiro capítulo, mas acho que isso vem sendo remediado. Muitos criticaram a canguru antes de saberem que ela era fruto de um desvio psicológico, então a novela precisa de tempo para acontecer assim como um casal também.

*Entrevista realizada pelo jornalista André Romano.

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