“Credibilidade tem a ver com empatia, ética e respeito”, afirma Thays Beleze, âncora da Rede Massa

Publicado em 28/06/2017

Por mais de dez anos trabalhando em afiliadas da TV Globo no sul do Brasil, a jornalista e apresentadora Thays Beleze deixou em 2016 a RPC rumo à Rede Massa, emissora afiliada do SBT tendo como proprietário o apresentador Ratinho.

Na nova Casa, Thays segue à frente do SBT Paraná ao lado do colega Eduardo Scola. Focado no noticiário local, o jornalistico tem como foco a prestação de serviço e as principais notícias do estado.

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Em entrevista ao Observatório da Televisão, Beleze fala da diferença entre apresentar um jornal local e um nacional, da sua paixão pela dança, dos momentos mais marcantes de sua carreira e de um detalhe imprescindível para o jornalismo, a credibilidade: “Credibilidade tem a ver com empatia, ética e respeito. Pilares que são construídos ao longo de anos. Encaro o jornalismo como missão e não apenas como um trabalho que me traz o salário no final do mês.”

Confira: 

Ser jornalista sempre foi o seu objetivo?

Não. A comunicação verbal e a exposição, desde cedo, sempre foram um desafio para mim. Nunca havia imaginado trabalhar na televisão. A timidez era um grande complicador. Encontrei saídas para me comunicar nos palcos, por meio da dança, mais especificamente o ballet clássico. Experiência que trouxe desenvolvimento. Fiz o TCC na universidade voltado para Rádio e Impresso. Mas, a primeira chance de emprego que surgiu foi na TV. Agarrei a oportunidade, mesmo não tendo a certeza de quem me adaptaria. Eu quis arriscar, testar e aqui estou há 17 anos.

Pesquisas apontam que o público confia muito na sua imagem e opinião. O que é ter credibilidade para você? Qual dica daria para um colega que está começando a carreira?

Fico muito feliz por saber! Credibilidade tem a ver com empatia, ética e respeito. Pilares que são construídos ao longo de anos. Encaro o jornalismo como missão e não apenas como um trabalho que me traz o salário no final do mês. Também nunca foi um meio de “aparecer” na televisão, isso é consequência. Meu melhor exercício é a prática do altruísmo. Colocar-se no lugar do outro, exige que eu vá a fundo nas histórias, que eu esteja pronta para ouvir antes de falar e escrever um texto. Para mim, a chance de contar uma história tem muito valor. Falamos de vida e transformamos realidades. Ou seja, só há um jeito de tratar o jornalismo: com o máximo de ética e humanidade.

Quais são as diferenças entre apresentar um jornal local e nacional, levando em consideração o conteúdo? Gostaria que explicasse ao público os assuntos que são abordados, pautas locais, entre outros.

A diferença é a “importância” da notícia. O que envolve o público do País deve estar nos jornais nacionais. O que é de importância local, fica para os jornais regionais. Mas atenção, uma notícia local pode ter o interesse ampliado. Tudo depende da maneira que o repórter conta essa história e dos casos relatados pelos personagens. Por exemplo: um projeto desenvolvido por alunos no interior da Bahia pode trazer casos interessantes para escolas de qualquer estado. Tudo depende da força da ideia e do poder de transformação da história.

Qual reportagem marcou a sua vida?

O projeto que marcou a minha vida foi o VC no Mundo, desenvolvido na Rede Paranaense de Comunicação, afiliada da Rede Globo. Pude, ao longo de uma série de reportagens, dar voz a pessoas comuns que modificam cenários. Pautava pessoas que eram protagonistas de suas vidas, aquelas que não esperam os outros ou o poder público para transformar cenários. Produzia, reportava e apresentava as histórias nos jornais da casa, no site G1 e nas redes sociais.

No jornalismo ainda há algo que gostaria de realizar?

Não vejo a hora de termos um “meio” completamente interativo, em que a troca de ideias com o público seja constante. Creio que estamos no caminho, mas ainda há uma cultura televisiva a ser quebrada.

A Rede Massa tem apostado forte em conteúdo e também em investimentos tecnológicos. Quanto isso te motiva a atuar na emissora? Como foi a adaptação no novo desafio junto ao SBT Paraná?

O mais interessante de trabalhar na Rede Massa [afiliada do SBT no Paraná] é a liberdade de testar novos formatos de comunicação. A adaptação ocorreu naturalmente. Fui muio bem recebida e tive carta branca para trabalhar a qualidade de conteúdo. Mudamos a linguagem do SBT Paraná, sempre com a preocupação de enriquecer as reportagens e aproximar o público. Hoje, os bastidores e o jornal são transmitidos ao vivo no Facebook. Desta forma, os apresentadores podem saber a reação do público diante dos assuntos tratados na edição quase que instantaneamente.

Já passou por situações inusitadas durante a transmissão?

Várias (risos)! Fazer jornal ao vivo significa estar exposto, com o seu melhor e o seu pior. Mostramos que somos “gente”, com erros e acertos. Já tive crise de risos, já estive doente, jé tropecei e já desmaiei quando estava grávida do meu segundo filho. O segredo é encarar a TV com naturalidade e ser exatamente o que você é!

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