“As pessoas pensam que é fácil” diz Camila Queiroz sobre atuar

Publicado em 28/05/2017

Camila Queiroz conversou com nossa reportagem e contou detalhes de sua personagem em Pega Pega, a nova novela das sete da TV Globo. Ela dará vida à Luiza, uma jovem rica, e herdeira de um grande hotel que fica na miséria ao perceber que o local foi roubado. Confira o bate papo:

Mateus Solano elogia parceria com Camila Queiroz: “É uma fofa”

O que você pode adiantar sobre sua personagem

A Luiza tem 24 anos, carioca, fala seis línguas, está terminando a terceira faculdade, porém, nunca trabalhou na vida, e nunca precisou correr atrás de seus objetivos. Ela é uma menina que foi nascida e criada dentro do Carioca Palace (cenário onde se desenrola toda a trama da novela). Os pais dela morreram quando ela tinha apenas três anos de vida. Desse dia em diante, ela foi criada pelo avô, Pedrinho Guimarães (Marcos Caruso) e sempre foi tratada como uma princesa. Mora na suíte presidencial do hotel. Cresceu com 20 pessoas a servindo por dia. Arrumando a sua cama, servindo seu café da manhã, etc. Ela nunca precisou fazer serviços manuais, e não tem noção de como é isso até que a vida fala: “oi, querida! Vamos lá! A vida não é isso”, mas isso não faz dela uma menina patricinha, idiota e sem noção. Ela não ostenta nada. A Luiza é simples no jeito de se vestir, não liga para jóias ou bolsas. Ela tem duas bolsas, um óculos e isso serve. O que ela queria antes do sonho ser destruído, era reformar o hotel e ajudar o avô a sair da crise que ele vem passando. Ele acabou com o dinheiro que tinha e o ‘Carioca’ é tudo que ele tem. Até que ela descobre que o amor dela, no caso Eric Ribeiro (Mateus Solano), e o avô,  os dois homens de sua vida, não contaram para ela sobre a venda e compra do hotel. E, aí, ela vai para o olho da rua. Desse ponto em diante, começa toda a aventura da personagem. Ela vai ralar muito!

Quais foram as dificuldades em relação a essa personagem?

É uma dificuldade em si porque é um universo que não é o meu, que eu jamais passei perto. Eu não tenho noção de como é comandar 20 empregados pra você. Você ser patroa e não entrar ao mesmo tempo na coisa caricata de ser uma patroa ignorante, metida, etc. É o que a gente está mais acostumada a ver na TV. Ela é uma patroa gente boa dentro do limite da hierarquia. Depois da avalanche que atinge a personagem, ela acaba indo para a Tijuca (bairro da zona norte do Rio de Janeiro) procurar emprego. Então, eu tenho essa noção da personagem, dessa realidade que é dela e de muita gente no Brasil, de falir e ter que ir para outro lugar onde nunca nem passou perto. Recomeçar, aprender a fazer currículo, saber pedir emprego. Enfrentar um trabalho novo, fazer uma coisa que ela nunca fez. Mesmo tendo todas as faculdades e falar varias línguas, ela nunca precisou exercer aquilo. Isso é um desafio, fazer a personagem ir do luxo ao lixo, da suíte presidencial para a calçada da Tijuca. Então, essa virada é muito importante para a Luiza. Isso é muito difícil de fazer.”

Você passou por grandes papeis na TV. Você se considera uma pessoa abençoada? Você é bem estudiosa, né?

Você acha? (risos). Não tenho outra palavra para definir a minha trajetória profissional. É abençoada mesmo. Sorte não existe. Eu acho que é tudo merecimento e creio que a gente luta para conquistar e conquista por merecimento. Nenhuma oportunidade que vier até mim, eu vou deixar passar.

Como está sendo para você emendar uma novela na outra?

É um processo. Comecei com a Angel, que era uma menina do interior também, mas com outras escolhas de vida; depois fui para a Mafalda, que era de outro século, pura, uma menina inocente, mas era mais velha que a Angel. E agora eu vim parar na Luiza que é uma menina carioca atual. O ator gosta do desafio e até agora não fiz nenhuma personagem parecida. Quando eu me imaginei falar ‘carioquês’?  Então, eu acho que é isso. Essa é melhor coisa de poder ser ator, a capacidade de ser 1000 em 1.

Como foi para você essa transformação de anônima para estrela de TV?

Fácil não é. Sobretudo porque eu não tinha noção de como era esse mundo da televisão. A gente conhece um pouco a cada dia as dores e as delicias desse lugar que viemos ocupar. As pessoas pensam que é fácil. Uma manicure me falou dia desses: ‘eu pensava que o trabalho de vocês era mais fácil’. A gente precisa dar conta do recado. Eu sou muito nova, não cresci dentro disso aqui. Eu não estava acostumada com nada disso, das pessoas terem interesse na minha vida pessoal, então, sempre eu tentava falar do meu lado profissional que é o que realmente importa para mim nesse ambiente de trabalho, mas eu entendi que as coisas não eram do jeito que eu queria.

A Luiza é mais mulherão que as outras personagens que você fez na TV, né? E, essas madeixas?

Ela é mais velha que todas as personagens anteriores, inclusive mais velha que eu. O cabelo mais curto foi uma proposta mesmo para ficar mais mulherão, além de ser mais prático. Hidrato bastante, porque ele está mais claro na frente. E falando dela ser um mulherão optamos por ela falar num tom mais grave. Eu normalmente falo agudo, mas o tom de voz acaba dando mais maturidade a ela.

E os looks dela?

As roupas são legais. São peças normais. Muito parecidas com as minhas roupas mas ela é uma menina bilionária. Quem não iria querer o guarda roupa da Luiza? Eu queria!

O que você faria com 40 milhões de dólares em sua conta?

O que eu faria? Eu não tenho ideia. Ajudaria muita gente começando pela minha família. Não tem o que fazer sozinho com tanto dinheiro. Nem se eu for para o shopping um dia, eu gasto esse dinheiro. Não tem o que fazer.

Você comentou do interesse das pessoas em relação a sua vida. Entretanto, é perceptível o carinho do público com você nas redes sociais. Como você recebe isso?

Nas redes sociais podemos seguir vários caminhos. Há 2 anos, eu tinha 7 mil seguidores, hoje são 7 milhões. Então, se eu puder levar uma mensagem para as pessoas e confortar alguém será ótimo. De nada adiante eu querer ser uma celebridade famosa e, eu não dar conta do recado e não passar uma mensagem positiva, ficar só mostrando o look do dia. Eu não quero ser essa pessoa. Eu quero ser uma pessoa que eu posso incentivar você a plantar uma árvore na frente da sua casa, que vai melhorar a vida de todos. Eu quero incentivar as pessoas a ter um estilo de vida melhor, a serem mais reais. A gente está virando muito virtual. Eu tento equilibrar bastante, primeiro passar uma mensagem de otimismo, de amor ao próximo, porque infelizmente não sabemos mais o que é isso. Acho que temos que usar aqueles seguidores em prol do bem. De alguma coisa que vai importar no fim das contas.

Você comentou do estilo de vida. Você tem o estilo saudável, ou vacila uma vez ou outra?

Nem quem jura que tem, tem! Tem um dia que a pessoa quer e come um fast-food. Eu faço exercício físico na medida do possível. No período de gravação é algo muito intenso. Eu consigo malhar três vezes na semana. O exercício físico não tem que ser só para o corpo físico, e, sim, para a saúde mental também.

Você é a protagonista dessa trama. Como você está administrando esse tempo em relação a sua família?

Eu não perco meu contato com a minha família, ela está sempre em primeiro lugar. Se não der para administrar o tempo, a gente tenta, né? Em ‘Verdades Secretas’, fiquei 7 meses sem ver a minha família por causa do processo todo, e aprendi que não dá. Acabei sofrendo.

Klebber Toledo ajuda você a decorar os textos?

Ele tem os dele para decorar (risos).

*Entrevista realizada pelo jornalista André Romano.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade