Caio Blat conta sobre as cenas de tortura sofrida por seu personagem em Os Dias Eram Assim

Publicado em 06/04/2017

Em entrevista durante a festa de lançamento da supersérie Os Dias Eram Assim, o Observatório da Televisão bateu um papo com Caio Blat que fará uma participação na trama. Durante a conversa ele contou ainda sobre seu personagem na série britânica McMafia, prevista para estrear no segundo semestre. Confira o bate papo:

Você vai interpretar um personagem numa série britânica da BBC. Como surgiu o convite?

Vi que a série precisava de atores do mundo todo, e precisavam de um latino e me ligaram, fiquei de olho no personagem.

Você fala espanhol?

Falo bastante inglês, e um pouco espanhol e francês. Pela facilidade com as línguas foi fácil de aceitar o trabalho.

Qual a diferença da produção nacional e internacional?

O jeito de filmar é bem parecido. O roteiro é muito bom e bem feito, e eles conseguem contar uma história em poucos episódios o que considero um privilégio. Agora com essas superséries é um meio caminho entre uma novela e uma série. Mas lá a série tem 8 episódios, e cada episódio recebe o mesmo cuidado como se fosse um longa.

Conte um pouco sobre seu personagem na série britânica.

É um representante do cartel de drogas mexicano. Ele é da nova geração da máfia, nada a ver com gângster, é um cara super moderno.

Quando terminam as gravações por lá?

Vou gravar durante Maio e Junho na Croácia e a série deve estrear no segundo semestre, se chama McMafia.

E você tem previsão para mais projetos na TV brasileira?

Soube essa semana que irei fazer uma novela chamada Deus Salve o Rei que estreará só em janeiro de 2018.

Como você escolhe seus papéis?

Estou há 18 anos na Globo e conheço todos os diretores. Os convites vão surgindo por afinidade. Escolho pelo personagem, pelos prazos, tempo, e também o contrato que tenho com eles.

Como será seu personagem nesta novela?

Ainda não sei.

E sobre o personagem de Os Dias Eram Assim?

Eu faço o Túlio que é um ativista político. Ele está partindo para ações a mão armada, e uso de bombas para protestar contra empresas que apoiam a ditadura. Ele não é tão jovem, é um cara um pouco mais velho que está levando jovens para o movimento estudantil e leva o personagem do Gabriel Leone para uma ação dessas. Ele solta uma bomba dentro de uma empresa, acaba sendo pego e torturado até a morte. Meu personagem fica apenas 2 capítulos.

Como você se preparou para as cenas de tortura?

Eu fiz vários trabalhos que envolviam a tortura. Até hoje existem pessoas que não entendem que isso aconteceu de forma sistemática e pessoas que defendem a volta da intervenção militar, então é importante falar da história, de como foi desumano e como a tortura é inaceitável em qualquer tipo de situação. Isso ainda acontece em bairros periféricos, cidades do interior onde jovens sofrem muita violência policial e isso precisa ser sempre ressaltado.

Por qual tipo de tortura ele passa?

Choque, afogamento, e espancamento.

Foi difícil gravar?

Foi. Teve um trabalho muito grande de maquiagem. Foram horas colocando próteses e também combinar o efeito com a maquiagem, mas foi feito de forma muito precisa. Vai dar noção mais real às pessoas.

André RomanoEntrevista realizada pelo jornalista André Romano

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