“Ela é uma mulher cheia de esperança”, conta Adriana Esteves sobre sua personagem em Justiça

Publicado em 12/08/2016

Depois do grande sucesso como Carminha em Avenida Brasil e de emendar outra vilã, a Inês de Babilônia, Adriana Esteves encarna agora uma vítima na minissérie Justiça, Fátima, uma mãe batalhadora, que luta para reencontrar os filhos depois de anos na prisão.

“Ela é uma mulher cheia de esperança. Uma ética linda, adorável”, define a atriz.

Confira na íntegra a entrevista com Adriana Esteves:

Conte-nos um pouco de Fátima?

“Ela trabalha como domestica na casa de Elisa (Débora Bloch). Ela tem dois filhos, Mayara e Jesus. Eles são crianças na primeira fase. Ela é presa injustamente. Colocam droga no terreno dela. E, ela fica sete anos na prisão. Quando ela sai dali é a grande surpresa. Será que ela vai querer se vingar de quem cometeu essa atrocidade com ela. Ou será que ela irá tentar dar a volta por cima e sobreviver e ir atrás dos filhos. Ela é uma mulher cheia de esperança. Uma ética linda, adorável. Eu me pego nisso, quando eu estou construindo ela. Quando eu estou contando a trama dela. E, eu penso nas quantidades de mulheres que não existem por ai, que tem que ter voz ativa. Ai, eu tento representar essas mulheres com a Fátima. Ela mata o cachorro do vizinho. Ele fica magoado e apronta uma dessa com ela. Uma calunia! Foi colocada como traficante.”

E a quantidade de injustiçados também, né?

“Uma enorme quantidade. Não é nem a cada dia. E, sim, a cada minuto. Uma lástima!”

Conte um pouco do retorno dela após a prisão?

“Ela é muito simples! Não tem apoio de ninguém. Ela fica sem contato com os filhos. Os filhos ficam abandonados durante esses sete anos. Ela não sabe onde eles estão. Não tem ninguém cuidado deles. Ela não sabe nem se estão vivos, ou se estão mortos.”

Como está sendo trabalhar em uma série?

“Fazer série é uma coisa que me encanta muito. A TV Globo tem feito séries belíssimas. Aceitei na hora, quando surgiu esse convite. Sem contar, que o elenco é um dos mais maravilhosos da tevê. A equipe técnica é maravilhosa. Estou muito feliz de estar aqui.”

Foi tudo gravado no Projac?

“Não! Em fevereiro fomos para Recife. Estamos gravando simultaneamente. Estamos fazendo 20 capítulos com muito cuidadinho. Vamos gravar até o dia dezessete de setembro.”

Você gravou em algum presidio?

“Eu não sei dos outros personagens. A minha só tem a cena da saída. Só a porta de fora. Não tem nenhuma cena dentro do presidio.”

Como foi o laboratório?

“Eu tive uma pesquisa. Mas, não em presidio. Eu tenho minha pesquisa de estudos sobre esses casos.”

A série vai falar de pessoas que fazem justiça com as próprias mãos. O que você vê disso?

“Acho que a gente não pode dessistiar da justiça. Devemos lutar pra que ela aconteça. Devemos fazer pequenininho em cada atitude dentro de nossa vida. Se você acha que não tem justiça. Temos que lutar para que ela aconteça.”

Vingança não é um prato que se come frio?

“Eu estou mais parecida com a minha personagem. Fátima prefere acreditar no ser humano. Prefere acreditar até que as pessoas podem se transformar.”

Como mãe, como foi interpretar toda essa situação?

“Eu acho que toda experiência que a gente vai adquirindo na vida, vai somando. Então, você vai tendo bastante sensibilidade sobre vários assuntos. Algumas coisas você não lida com a hipótese. Você vivencia. Acho que tudo acrescenta. Mas, situações tão difíceis assim, a gente procura se distanciar do seu umbigo, da sua vidinha particular ali, para poder ir até as sensações que realmente ocorrem com outras pessoas.”

Qual a diferença de contar uma história em uma novela que têm 200 capítulos e uma série com 20?

“É mais calmo, é mais tranquilo. Você tem a obra inteira ali, que você analisa. Você não tem surpresas a cada semana. Eu acho que uma série desse tamanho é menos euforia. E, mais tranquilidade. A novela tem uma coisa deliciosa também, que é a própria euforia. Euforia às vezes também é bom. São coisas diferentes.”

Como está sendo atuar em um produto junto com o seu esposo, Vladimir Brichta?

“Mesmo a gente não se encontrando é um barato. A gente está no mesmo projeto, somos amigos das mesmas pessoas, vai conquistando as mesmas amizades e a gente conversa sobre os assuntos que envolvem esse trabalho em casa. Está sendo incrível.”

Você leva o personagem para cama? Ops, casa…

“Pra cama não (risos). Pra casa talvez. Pra cama só está indo eu e ele (risos).”

Existe algum tipo de competição entre você e o Vladimir Brichta?

“A competição lá em casa é para quem vai ficar mais feliz. A gente se estimula a fazer sempre o melhor.”

Você sente muito assédio em relação à Carminha de ‘Avenida Brasil’?

“Dona Carminha é forte… Monopoliza dentro do Brasil e fora. Fora é uma loucura. Uma conhecida me contou que uma amiga dela pegou um taxi em NY, com uma taxista e ela falou que era do Brasil, em inglês. A taxista falou: ‘Brasil, que faz a novela ‘Avenida Brasil’? Você conhece Adriana Esteves?’. Que fofo! Eu achei um barato. É muito legal esse reconhecimento.”

André RomanoENTREVISTA REALIZADA PELO JORNALISTA ANDRÉ ROMANO

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