15 anos da morte de Roberto Marinho: 15 curiosidades sobre o fundador da Globo

Publicado em 06/08/2018

Há exatos 15 anos, o jornalista e empresário Roberto Marinho faleceu, aos 98 anos de idade. A morte foi provocada por problemas pulmonares. Uma trajetória rica, longa e marcada por algumas controvérsias políticas, mas inegavelmente importante. Especialmente devido à fundação da Rede Globo, que entrou no ar em 1965, embora a menina de seus olhos sempre tenha sido o jornal, O Globo.

Para lembrar o fundador da Globo, uma seleção de 15 curiosidades em torno de sua vida e da atuação do jornalista e de suas empresas no cenário nacional.

O Globo foi fundado em 1925 pelo pai de Roberto, Irineu Marinho. Este faleceu pouco depois do início das atividades do jornal. No entanto, nem por isso Roberto tornou-se logo diretor da publicação. Sentindo-se despreparado àquela altura, entregou a chefia ao experiente Euclydes de Mattos, e a assumiu apenas em 1931, quando Mattos também morreu.

Roberto Marinho morou na mesma casa por mais de 60 anos. Mudou-se em 1939 para a residência do bairro do Cosme Velho e lá ficou até sua morte.

A concessão da TV Globo, canal 4 carioca, foi aprovada em 1957 pelo então presidente da República, Juscelino Kubitschek. O pedido do canal fora feito em 1951 a Eurico Gaspar Dutra e deferido. No entanto, fora revogado dois anos depois por Getúlio Vargas.

Quando colocou a TV Globo no ar, em 1965, Roberto Marinho já contava 60 anos de idade. Numa fase da vida em que boa parte das pessoas pensa em se aposentar, ele iniciava uma audaciosa empreitada.

Os descendentes, herdeiros do império de Roberto Marinho

Roberto Marinho e seus filhos (Divulgação)
Roberto Marinho e seus filhos Divulgação

Roberto Marinho foi casado três vezes e teve quatro filhos. Todos foram frutos do primeiro casamento, com Dona Stella. Roberto Irineu, o mais velho, é hoje o presidente do Grupo Globo, ao passo que João Roberto, o terceiro filho, é o vice-presidente. José Roberto, o mais novo, preside a Fundação que leva o nome do pai, criada em 1977. O segundo filho, Paulo Roberto, faleceu em 1970 aos 20 anos.

Em 1974, por pouco Dias Gomes não teve embargada pela própria Globo uma novela sua. O Espigão, que criticava a especulação imobiliária em sua trama central, provocou a ira de Sérgio Dourado, empresário do ramo. E amigo de Roberto Marinho, que ao receber as queixas acionou Boni para que resolvesse a questão.

Há 44 anos, novela da Globo incomodou o mercado imobiliário e até Roberto Marinho entrou no meio

As boas relações de Roberto Marinho com os governos militares azedaram um pouco em 1975. Na ocasião, a novela Roque Santeiro, de Dias Gomes, teve sua exibição embargada pela Censura. Ante o grande prejuízo e a crise instalada, o jornalista escreveu um editorial denunciando e condenando a Censura. O texto foi lido no Jornal Nacional e publicado em O Globo. Posteriormente, a novela seria exibida, em 1985, numa nova versão.

A propósito de interferências como essa, da parte do governo militar, ou de particulares, é atribuída uma famosa frase ao empresário. “Dos meus comunistas cuido eu”, teria dito ele acerca da atuação de figuras ligadas à esquerda em seus veículos de comunicação.

Em 1983, “Dr. Roberto” foi premiado com o Emmy de “Personalidade Mundial da Televisão”.

Muito Além do Cidadão Kane

Roberto Marinho com o fardão dos "imortais" da ABL (Divulgação)
Roberto Marinho com o fardão de imortal da ABL Divulgação

Com a morte do jornalista e escritor Otto Lara Resende em dezembro de 1992, a cadeira 39 da Academia Brasileira de Letras ficou vaga. Roberto Marinho foi eleito para ocupá-la em julho de 1993.

Desde 1993, um documentário dirigido por Simon Hartog na Inglaterra dá o que falar. Muito Além do Cidadão Kane faz uma análise da Rede Globo e sua grande influência na sociedade brasileira. Além das relações da emissora com o governo, especialmente o militar de 1964 a 1985. O título alude ao personagem do filme de Orson Welles, um grande magnata das comunicações que usa de maus expedientes em seus veículos. Os direitos do documentário foram adquiridos pela Record, que ainda os detém. Todavia, não exibiu o filme até hoje.

Um grande sonho realizado por Roberto Marinho foram os Estúdios Globo, anteriormente denominados Projac (abreviação de Projeto Jacarepaguá). Acalentados por mais de 10 anos, foram enfim inaugurados em 1995. A área total do projeto compreende 1,6 milhão de metros quadrados, sendo 400 mil de área construída atualmente. É o segundo complexo de televisão do mundo, perdendo apenas para as instalações da mexicana TV Azteca.

Roberto Marinho faleceu às 22h30 de 6 de agosto de 2003. A notícia foi dada no intervalo da transmissão dos jogos do Campeonato Brasileiro, variáveis conforme a praça. O plantão foi apresentado por Ana Paula Padrão, que já estava a postos para apresentar o Jornal da Globo, que viria na sequência do futebol.

Na zona sul de São Paulo, uma extensa avenida que liga a Marginal Pinheiros ao Jabaquara ganhou o nome de Água Espraiada. Em virtude da morte do empresário, a então prefeita Marta Suplicy mudou o nome da via para Avenida Jornalista Roberto Marinho. A troca ocorreu em dezembro de 2003.

Globo, a segunda do mundo

Hoje, a Globo é a segunda rede de televisão do mundo. A saber, está atrás apenas da norte-americana ABC. A audiência potencial de seus produtos – entre TV convencional, computador e dispositivos móveis – gira em torno dos 100 milhões de pessoas.

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Em 2011, Dermeval Netto lançou seu documentário intitulado Roberto Marinho – O Senhor do Seu Tempo. Você pode assistir ao filme abaixo:

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