A Dona: no início dos anos 2000, o SBT produziu uma versão da mesma história; relembre

Publicado em 27/06/2019

O público cativo das novelas do SBT, tanto brasileiras quanto importadas, sabe que A Dona, atualmente reprisada no início da noite, não é a primeira versão dessa história de Inés Rodena que chega à nossa telinha. Em 10 de dezembro de 2001, a emissora de Silvio Santos lançou em seu horário nobre a novela Amor e Ódio. Henrique Zambelli assinou a adaptação do texto, com supervisão de Ecila Pedroso e direção-geral de Henrique Martins.

A história de Amor e Ódio

Amor e Ódio era a história de Regina Vila Real (Suzy Rêgo), moça que vai morar na fazenda de sua família após uma grande desilusão amorosa. Maurício (Edson Fieschi) a deixa esperando no altar, e ela posteriormente descobre que era traída. Mas o que Regina sequer desconfia é de que a amante de seu noivo é Laura (Viétia Zangrandi, que à época assinava Viétia Rocha). Ninguém menos do que sua prima, filha da tia Berenice (Cléo Ventura). As duas foram criadas como irmãs, uma vez que após a morte de seus pais Regina passou a viver na companhia de Berenice. Outra figura importante é Martinha, ou Bá (Maximira Figueiredo), que ajudou a patroa a educar as duas moças e gosta muito de Regina.

Ao se mudar com a tia e a prima para a fazenda, Regina passa a conviver com o sombrio Macário (Jonas Mello), o capataz. Violento e capaz de qualquer coisa, Macário desenvolve verdadeira obsessão por Regina, e se mostra disposto a tudo para tê-la consigo. Só que ela se apaixona pelo dono da fazenda vizinha, José Maria (Daniel Boaventura), um pouco grosseiro, machão à antiga, mas que talvez por isso mesmo arrebata seu coração. José Maria é o único homem que não se curva automaticamente às vontades de Regina, que após a desilusão com Maurício se torna fria e um pouco arrogante a fim de se impor diante dos outros. Ela não quer mais ser a jovem que qualquer um passa para trás.

Outros personagens de destaque em Amor e Ódio

Como de praxe nas novelas padrão Televisa, Amor e Ódio centrava sua narrativa essencialmente na história principal. No entanto, alguns personagens e tramas periféricos merecem destaque. Ema (Malu Rocha) e Severiano (Luiz Baccelli) são os pais de José Maria. Ou melhor, Ema é a mãe, mas o verdadeiro pai do rapaz é justamente Macário. Um segredo guardado há muitos anos e revelado apenas após a morte de Severiano. Este, aliás, era o amor da juventude de Berenice, que é cortejada pelo Dr. Anselmo (Genézio de Barros), administrador dos bens de Regina.

Semelhanças e diferenças entre A Dona e Amor e Ódio

Já exibida pelo SBT em 2015/16 e atualmente em sua primeira reprise, A Dona guarda semelhanças de estrutura e enredo com Amor e Ódio. No México a novela tem o título Soy Tu Dueña e a versão que podemos rever atualmente tem texto assinado por Kary Fajer. Além disso, a produção é de Nicandro Díaz González. Ele também produziu, só para ilustrar, Carinha de Anjo, Gotinha de Amor e Amanhã É Para Sempre, entre outras novelas.

A Regina Villa Real da novela brasileira se chama aqui Valentina Villaça (Lucero). A tia que a criara após a morte dos pais é Irene (Silvia Pinal), mãe da invejosa Ivana (Gabriela Spanic). O noivo que trai Valentina é Alonso (David Zepeda). Ao passo que o capataz mau-caráter é Rodrigo (Sergio Goyri). Ainda, a doce Benita (Ana Martín), equivalente à Bá da novela brasileira dos anos 2000.

Um ator político no elenco de A Dona

José Miguel Montesinos (Fernando Colunga) é o vizinho que leva Valentina a rever sua decisão de se fechar para o amor. Os pais do rapaz são Frederico (Eric Del Castillo) e Leonor (Jacqueline Andere). O administrador dos bens de Valentina e pretendente de sua tia Irene é o Dr. Ernesto (Julio Alemán). A saber, Alémán foi também político de expressão no México, tendo exercido inclusive um mandato de deputado federal. A Dona foi sua última novela, produzida em 2010. O ator faleceu em 2012.

Salvo pequenas alterações elementares de ambientação e nomes de personagens, a novela é basicamente a mesma nas duas versões das quais tratamos aqui.

Embora tenha feito sucesso, Amor e Ódio não foi reprisada até hoje, enquanto A Dona está em sua primeira reprise

Segunda produção do núcleo de novelas do SBT, quando reiniciado em 2001 com versões de textos estrangeiros a exemplo dos primórdios da produção da casa, nos anos 1980, Amor e Ódio fez sucesso. Ela seguiu com os bons índices da antecessora, Pícara Sonhadora. Além disso, surfou na onda da Casa dos Artistas. O reality show incomodou bastante a Rede Globo na ocasião. Teve duas edições em seis meses na época da novela. Todavia, nesses quase 20 anos não foi reapresentada pela emissora.

Em 2006, Amor e Ódio esteve perto de ser reprisada às 19h. Mas foi preterida em favor da mexicana inédita A Vida É Um Jogo. Posteriormente, houve rumores de um repeteco em 2017, na faixa das Novelas da Tarde. Todavia, a coisa ficou só na intenção.

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