Canta Comigo estreia bem, mas falta de visão da Record TV prejudica programa

Publicado em 26/09/2019

Canta Comigo é um talent show de grandes qualidades. O programa da Record TV, que estreou sua segunda temporada nesta quarta-feira (25), é um espetáculo visual e de qualidade musical. No entanto, a atração comandada por Gugu Liberato sofre com a falta de visão da emissora, que não tem sabido desenhar uma linha de shows coerente.

Na atual estratégia de programação da Record, os programas de temporada semanais têm seus episódios exibidos às quartas-feiras. Neste ano, a safra foi aberta com o novo The Four, de Xuxa Meneghel, seguido de Top Chef e Dancing Brasil. Assim, Canta Comigo chega na sequência, num momento em que o público já acompanhou várias competições de talento. Deste modo, mesmo variando a temática, a emissora promove uma overdose do formato.

Além disso, apesar das mecânicas distintas, Canta Comigo e The Four são programas do mesmo segmento. Os dois buscam revelar novos cantores. Se levarmos em consideração que a Globo exibe, também neste momento, o The Voice Brasil, percebe-se que há muitas competições musicais no ar. E, vale lembrar, poucas são bem-sucedidos na tentativa de fabricar um ídolo. Ou seja, por mais que a disputa seja interessante, o espectador já sabe que os participantes destes programas não devem acontecer.

Canta Comigo tem seu valor

Mas Canta Comigo é um entretenimento da melhor qualidade. Os concorrentes, em sua maioria, são bons, e o painel com 100 jurados dá um efeito incrível nas apresentações. O programa tem ritmo, é muito bem produzido e empolga. Além disso, conta com Gugu no comando, um nome que dispensa apresentações. Mesmo coadjuvando, Gugu faz uso de sua incrível segurança no palco para fazer o show acontecer.

Por isso, a direção da Record devia ter mais cuidado com o formato. Ao encaixá-lo como mais um talent show das quartas-feiras, a emissora desvaloriza a atração. O canal devia considerar aumentar a variedade dos formatos exibidos, partindo para games ou quiz shows. Ao insistir nos shows de talentos exibidos em sequência, a Record não consegue aproveitar todo o potencial destes formatos. Em suma, um desperdício.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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