Há 10 anos com Christina Rocha, Casos de Família precisa driblar repetição

Publicado em 08/05/2019

Há 10 anos, a apresentadora Christina Rocha assumia o comando do Casos de Família, vespertino do SBT que havia sido lançado sob a apresentação de Regina Volpato. Naquela época, o programa reestreava, depois de um hiato de meses, e com uma nova proposta. Saía o bate-papo ponderado da fase de Regina, e entrava as discussões acaloradas que até hoje abastecem o repertório da atração.

A reformulação foi orquestrada pelo próprio Silvio Santos, que desejava dar ao programa um tom mais popular. Na época, várias apresentadoras gravaram testes para assumir a vaga de Regina. Christina Rocha foi a escolhida, e não por acaso. A apresentadora tem a televisão popular na veia, e sabe como se comunicar diante de uma plateia tão heterogênea. Além disso, sempre carregou o DNA do SBT. Christina iniciou sua carreira na TV justamente no início do SBT, passando por diversas fases e programas, que lhe deram a segurança que ostenta hoje diante das câmeras.

Por isso mesmo, do ponto de vista da nova proposta, o novo Casos de Família deu certo. O tom mais quente e o comando de Christina deram à atração o formato almejado pelo dono da emissora. E, goste-se ou não, a nova proposta também foi bem assimilada pelo público, tendo em vista que o programa segue no ar, firme e forte, 10 anos depois. Um tempo respeitável, afinal, programas no estilo “telebarraco” não costumavam ter vida longa na TV. Casos de Família é um sobrevivente numa seara que já teve Márcia Goldschmidt como expoente máximo.

Altos e baixos do Casos de Família

Porém, os 10 anos do Casos de Família com Christina Rocha não foram marcados apenas por êxitos. A atração, que tende a se repetir, viu sua audiência oscilar muitas vezes. Com isso, quase foi extinta em várias ocasiões. Chegou a inaugurar uma nova fase, semanal e noturna, que durou pouco. Nesta época, chegou a ficar um tempo fora do ar, mas sobreviveu ao corte e reestreou na faixa da tarde.

Atualmente, Casos de Família não vive a sua melhor fase em termos de audiência. E isso se deve, justamente, aos mesmos motivos que quase o levaram à extinção anos atrás: a excessiva repetição de temáticas e discussões. Pautas envolvendo conflitos de gerações, violência contra a mulher e, principalmente, homossexualidade, são constantemente recicladas. E, muitas vezes, abordadas sob pontos de vista controversos.

Evidentemente, não é fácil manter um programa diário nestes moldes sem se repetir. Porém, se faz necessário pensar em novas maneiras de se promover discussões familiares. Afinal, a tendência é que o desgaste fique cada vez mais evidente a cada ano. Nestes 10 anos de Casos de Família, o grande desafio do programa é a reinvenção. Difícil, mas não impossível.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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