O Sétimo Guardião desperdiça Tony Ramos em papel sem importância

Publicado em 28/02/2019

Quem acompanha a novela das 21h da Rede Globo, O Sétimo Guardião, sabe que Tony Ramos tem um papel bastante desimportante. Olavo, o bilionário aliado de Valentina (Lília Cabral) na exploração comercial da água da fonte milagrosa que rejuvenesce quem dela faz uso, está há quase 100 capítulos sem fazer muita coisa.

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Morador de São Paulo, Olavo se instalou em Serro Azul com a filha Laura (Yanna Lavigne) para tirar satisfações do abandono da jovem por Gabriel (Bruno Gagliasso), filho de Valentina. Este a abandonou a minutos do casamento. E também atraído pela promessa de Valentina de que muito dinheiro viria pela frente, em virtude de grandes negócios possíveis na pequena cidade.

Potenciais ramificações da atuação de Olavo na trama de O Sétimo Guardião

Tony Ramos e Elizabeth Savalla em cena de O Sétimo Guardião
Tony Ramos e Elizabeth Savalla em cena de O Sétimo Guardião Globo

Olavo financia as pesquisas da água, levadas a cabo por Marcos Paulo (Nany People), a amiga transexual de Valentina. Não se dá bem com ela, podendo-se dizer até que sua presença o irrita. Houve um envolvimento do ricaço com a inconsequente Lourdes Maria (Bruna Linzmeyer). Ela até fugiu para São Paulo atrás dele. Essa ligação da moça com o “boy velho”, como ela o chama, despertou a desaprovação de Mirtes (Elizabeth Savalla). A beata-mor entre os serro-azulenses, a saber, foi tomar satisfações da atitude do empresário. Foi também Olavo quem reconheceu em Firmina (Guida Vianna) a antiga cozinheira de uma família amiga sua, sumida sem deixar pistas de para onde pudesse ter ido.

Por que não unir Tony e Savalla, como celebrado pelo público nos poucos minutos em que eles contracenaram? Com toda a certeza chamaria atenção reunir um casal tão simbólico da nossa teledramaturgia. Eles foram o Márcio e a Lili de O Astro (1978). De maneira idêntica, embeveceram o País como o André e a Carina de Pai Herói (1979). Com a finalidade de aludir a essa história comum deles apenas, não necessariamente como casal hoje. Com toda a certeza, funcionaria melhor do que manter Olavo funcionando como orelha da filha Laura, sempre choramingando a falta de Gabriel.

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Afinal, Olavo pode vir a se tornar um personagem à altura de Tony Ramos?

Tudo isso considerado, por que então se pode tomar Olavo como um personagem secundário? Em contraste com o merecido por um ator de tão vasta e vitoriosa carreira como Tony Ramos? Justamente porque o potencial desse personagem autoritário, de poucos escrúpulos, se diluiu nesses três meses e meio. De tal sorte que reduziu-o a cenas bobas de discussões com Valentina que a nada levam. Ademais, chega a ser ridícula a vigilância dele em torno da “sócia”, surgindo do nada quando ela volta da rua, após conversas com o prefeito Eurico (Dan Stulbach) ou com o delegado Machado (Milhem Cortaz), por exemplo.

Com efeito, se O Sétimo Guardião reservou para Tony Ramos um bom papel, Aguinaldo Silva guardou-o para o terço final da história. Consta, aliás, que Olavo se tornará o grande vilão da novela daqui pra frente. Ele deve se voltar contra Gabriel e Valentina. Esperamos e torcemos por isso.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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