Fofocalizando completa dois anos em boa fase

Publicado em 24/01/2019

Fofocalizando teve a mesma origem de vários outros programas do SBT. Foi resultado de mais um rompante de Silvio Santos, que cismou que sua emissora deveria ter um programa de fofocas para concorrer com A Hora da Venenosa, do Balanço Geral na Record TV. Em menos de uma semana, o “patrão” contratou apresentadores, formatou e lançou, a toque de caixa, o então Fofocando.

Pela maneira intempestiva como tudo começou, não era difícil concluir que seria mais um programa de vida curta, como é a maioria destes programas que nascem a partir de uma cisma de Silvio Santos. Porém, surpreendentemente, Silvio Santos não jogou a toalha, preferindo insistir na atração. Fofocando mudou de formato, ganhou apresentadores, trocou de horário e até de nome, Fofocalizando. Saiu da concorrência direta com A Hora da Venenosa. E acabou se dando bem, estabilizando-se nas tardes do SBT.

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Assim, depois de ameaças de cancelamento, mudanças e disse-me-disse, Fofocalizando acabou emplacando. O programa azeitou o formato com notícias, comentários e matérias externas e afinou o time de apresentadores, abandonando os barracos característicos iniciais. Hoje, tem dois trunfos: uma equipe de apresentadores/comentaristas afinada e a presença de Leo Dias, jornalista especializado na área que traz notícias exclusivas.

Fora isso, o programa, sem querer, conseguiu achar seu diferencial, ao apostar na pluralidade de opiniões. Hoje, seu sofá é composto por Decio Piccinini, Leão Lobo e Mamma Bruschetta, que representam a “velha guarda” da fofoca, ao mesmo tempo em que traz Leo Dias, com as novidades, e Lívia Andrade, que imprime um toque de pimenta aos debates. Assim, achou uma fórmula que aposta na descontração, que é o que o público da tarde aprecia. Não é um achado, longe disso, mas sem dúvidas, Fofocalizando melhorou muito de sua estreia até aqui.

SBT mais “paciente”

Portanto, Fofocalizando é um ponto fora da curva na trajetória do SBT. Como dito acima, o mais comum na emissora é que programas lançados às pressas tenham vida curta. Os exemplos são inúmeros: Jornal da Massa, SBT Notícias com Neila Medeiros, Telefone e Ganhe com Hellen Ganzarolli, Olha Você, Você É o Jurado com Supla… todos programas que entraram no ar com pouquíssimo (ou nenhum) preparo, registraram baixa audiência e saíram do ar rapidamente.

Aliás, até mesmo nesta seara da fofoca, o SBT já teve outra experiência neste sentido. Lá pelos idos de 2004, outra cisma de Silvio Santos resultou num outro programa sobre a vida alheia, o Programa Cor de Rosa. Na época, o dono do SBT queria uma atração aos moldes do TV Fama, da RedeTV!, para suas tardes. Assim, ele tratou de tirar vários profissionais da concorrente, além de escalar a própria filha, Silvia Abravanel, para dividir a apresentação com Décio Piccinini. Mas não deu certo e o Programa Cor de Rosa teve pouco tempo de vida.

O que difere todos estes casos do Fofocalizando é que, neste caso, houve tempo para maturação. O programa estreou às pressas do mesmo jeito que os demais, mas a emissora foi paciente na promoção de mudanças. Com isso, a atração teve a chance de ser reformatada no ar, até encontrar um caminho. O que mostra que, em televisão, paciência é uma importante virtude.

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