Globo aposta alto em Belíssima, mas corre riscos com a reprise

Publicado em 18/05/2018

Nesta semana, a Globo reuniu convidados com o elenco de Belíssima, próxima reprise do Vale a Pena Ver de Novo. Trata-se de uma promoção pouco comum para um cartaz da sessão de reprises, o que demonstra que a emissora está empenhada em recuperar o público perdido com a reapresentação de Celebridade, que não emplacou e está sendo picotada para sair do ar em breve. Além disso, as chamadas da volta da trama anteriormente exibida em 2005, também estão bem convidativas, ressaltando o grande elenco e o sucesso da vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro).

Mesmo com esta pompa toda, fato é que a Globo corre riscos com a reprise de Belíssima. Em outros tempos de vacas magras, a emissora, normalmente, resgatava tramas arrasa-quarteirões, daquelas que são unanimidades e à prova de erros. Não é o caso da novela assinada por Silvio de Abreu. A trama foi, sim, um sucesso de audiência, sem dúvidas. Mas não se tornou um clássico irresistível, daqueles que todos anseiam pelo retorno. Sendo assim, a recepção sobre sua volta acaba sendo uma incógnita. Pode funcionar, claro. Mas pode ser que não.

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Celebridade já era dessas que parecia à prova de erros. Afinal, era uma das novelas mais pedidas pelo público. Mas os inúmeros pedidos não se converteram em boa audiência. Provavelmente, a temática mais pesada da história de Gilberto Braga afugentou um público acostumado às tramas água-com-açúcar das seis e das sete que dominaram a faixa nos últimos anos. Senhora do Destino, a reprise anterior, foi uma exceção à regra, sendo uma das poucas novelas das oito/nove a dar as caras nas tardes da Globo nos últimos tempos.

Assim como Celebridade, Belíssima também trata de temas mais pesados. É uma história com boas doses de violência, que, em determinada altura, se torna um thriller policial. A trama também traz prostituição, tráfico de pessoas e outras abordagens típicas das novelas das nove.

Sem dúvidas, Belíssima é uma ótima novela. Silvio de Abreu foi feliz ao criar uma história que trata de aparências, e cujo formato conversa com a proposta. Ou seja, o jogo de aparências estava na própria trama, que começava como um típico folhetim tipo “Betty, a Feia”, mas evoluía para uma saga policial com cores de mistério, quando as máscaras dos personagens iam caindo. Só resta saber se o público está com saudades desta história. Mas, caso dê errado, nada que uma boa tesoura, seguida de mais uma reprise de novela do Walcyr Carrasco, não resolvam.

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