Com vitória de Gleici, BBB assume seu lado folhetim e recupera fôlego

Publicado em 20/04/2018

Não foi apenas Gleici que saiu vitoriosa da 18ª edição do Big Brother Brasil, cuja final aconteceu na noite de ontem (19), na Globo. O próprio BBB se saiu vitorioso, ao demonstrar que ainda tem fôlego e é capaz de mobilizar o espectador. Com um elenco muito bem escolhido e um Tiago Leifert já totalmente em casa, o reality show da Globo provou, mais uma vez, sua força.

Sem dúvidas, o sucesso de qualquer edição do BBB tem a ver com seu elenco. No ano passado, o programa pecou por um elenco insosso, que não rendeu grandes situações e fez uma edição apática. Pois a edição 2018 promoveu uma grande virada nesta apatia, trazendo personagens que realmente renderam no decorrer da temporada. Um dos trunfos foi o revezamento de favoritos, fazendo o BBB não cair na previsibilidade que poderia “matar” o jogo.

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Participantes como Diego, Patrícia, Ana Paula, Caruso e Viegas despertaram a antipatia do público ao articular “paredões” ou combinar votos, algo que a audiência não costuma perdoar muito. Com a divisão da casa, BBB ganhou ares de folhetim, e a edição surfou na oportunidade de ressaltar o “bem” e o “mal”. O resultado foi recorde de rejeição nos paredões que eliminaram os “vilões”, provocando a catarse da audiência.

Enquanto isso, Kaysar despontou, de cara, como o favorito, ao demonstrar alguma doçura, ingenuidade e graça, características que costumam formar campeões de BBB. Além disso, o refugiado sírio carregava uma história de vida impressionante. Sua vitória parecia certa. Corria por fora a Família Lima, uma novidade da edição que confinou dois membros de uma mesma família, mas com peso único no programa. Ayrton e Ana Clara, pai e filha, começaram o jogo trazendo alguma polêmica, mas logo conseguiram se estabelecer, sobretudo pela postura da jovem. Ana Clara mostrou uma visão de jogo impressionante, uma leitura das pessoas que, no geral, fazia sentido, e ainda reações de “gente como a gente”, provocando identificação com o público. Além disso, tinham o “plus” do humor, com o papai Ayrton vigiando a filha, enquanto a garota driblava a patrulha como podia.

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Mas, como acontece em algumas novelas, o protagonismo do BBB, aos poucos, foi direcionado a uma então coadjuvante. Gleici começou tímida e apagada, mas foi ganhando força conforme foi se tornando “vítima” dos “vilões”. E se estabeleceu de vez ao voltar de um paredão falso, retornando triunfante do “quarto farol”, onde passou alguns dias vigiando seus colegas. Sua volta foi tão impactante que a comparação com O Outro Lado do Paraíso foi inevitável. Gleici, inclusive, usou a mesma frase de Clara (Bianca Bin), quando esta retornou para se vingar. E a edição, claro, mais uma vez aproveitou a oportunidade para reforçar a comparação, assumindo de vez que o BBB é uma novela. Na reta final, Gleici e Kaysar polarizaram as torcidas. A vitória da jovem, então, reforçou ainda mais o fôlego e o poder do reality.

Além do bom elenco, o BBB também consolidou, de fato, seu apresentador. Tiago Leifert comandou a atração com tanto pulso, que já não é mais possível associar o reality a Pedro Bial. Leifert realmente gosta do jogo, e participa sem pudores de todos os momentos. Muitos criticam a postura do apresentador, dizendo que ele interfere demais no andamento do reality. E ele realmente interfere, mas não chega a ser um problema. Trata-se de um empurrão a mais que, aliás, Bial também dava, mas era mais discreto nas palavras.

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Por conta de tantos acertos, o BBB deste ano ficará marcado como um dos melhores da história do reality show da Globo. O programa recuperou o fôlego e deixou claro que ainda tem lenha para queimar.

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