Malhação: Viva a Diferença é a melhor novela no ar atualmente e é preciso admitir isso

Publicado em 02/01/2018

Nas últimas semanas, dois episódios incomodaram este que vos fala quando o assunto era a tese que defendo de que Malhação: Viva a Diferença é a melhor novela no ar atualmente na TV brasileira.

A primeira foi em um hotel, em Salvador (BA), onde estava para realizar uma matéria para o Observatório da Televisão. Ao saberem da minha profissão, colegas de hospedagem perguntaram qual a melhor trama atualmente. Respondi Viva a Diferença. Eles riram.

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A segunda foi com a minha própria mãe. Disse que essa temporada de Malhação era diferente, sem me aprofundar muito, e que agora, não tem folhetim melhor. Ela também duvidou.

As dúvidas quando se fala isto são entendíveis. Por muito tempo, Malhação contou sempre a mesma história: um trio de protagonistas, com um casal e uma vilã que atrapalhava os mocinhos de ficarem juntos, tendo como pano de fundo o universo jovem.

O problema maior era como esse universo jovem era mostrado. Era algo irreal para o Brasil e até mesmo para o padrão juvenil no mundo, negando dilemas reais e experimentações que, de fato, todos nós vivemos quando somos adolescentes.

E este é o principal mérito de Malhação: Viva a Diferença. Não é uma trama que reinventou a roda, longe disso. Os clichês do folhetim estão lá. Mas a sensibilidade e ousadia para Malhação feita por Cao Hamburguer e toda a equipe é inédito se tratando de Malhação.

Com as limitações que o horário tem, mas com criatividade, pela primeira vez o jovem se vê de verdade numa temporada de Malhação. A trama dinâmica e o texto muito bom de Cao reforçam isso.

A tese é comprovada pela forma como Cao está conduzindo o romance entre Lica (Manoela Aliperti) e Samantha (Giovanna Grigio). Delicado, com calma, mas de forma bela e real, como a vida é com descobertas deste tipo.

Além disso, poucas vezes um elenco jovem foi tão bem escalado na televisão brasileira. As cinco protagonistas, feitas por Gabriela Medvedovski, Daphne Bozaski, Manoela Aliperti, Ana Hikari e Heslaine Vieira dão um show particular diariamente no fim de tarde da Globo.

Não dá pra falar que uma em si se destaca mais. Todas vão muito bem – quem está um pouquinho na frente, na questão de composição de personagem, são Manoela Aliperti e Gabriela Medvedovski. Mas só um pouquinho mesmo. Todas estão esplendorosas.

Além disso, o elenco coadjuvante está próximo da perfeição, com destaques para Talita Younan, Carol Macedo, Juan Paiva, Bruno Gadiol, Hall Mendes, Isabella Scherer e Mikael Marmorato.

Esta geração é tão boa, que ouso dizer que a safra certamente será a mais usada pela Globo nos próximos anos. São muitos os talentos de potencial e carisma, além de qualidade de atuação.

Se comparando com as outras, Malhação está em frente justamente por conta de ousar e tentar ser diferente, sem sair da linguagem de novela. Tempo de Amar é bonita e tem bom texto, mas falta alguma coisa para empolgar.

Pega Pega, que está chegando ao fim, fez até sucesso, mas tem atuações desleixadas e uma trama das mais confusas. Já O Outro Lado do Paraíso tem muitos defeitos, apesar de seu inegável carisma.

Folhetim por folhetim, devemos admitir: Malhação – Viva a Diferença é a melhor no ar. Rir ou criticar pelo histórico de Malhação é preconceito. E essa temporada, que tanto prega que a diferença seja respeitada, não merece sofrer com isso.

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