Record 2017: um ano que a emissora prefere esquecer

Publicado em 26/12/2017

Definitivamente, 2017 não foi um bom ano para a Record. Do imbróglio envolvendo a Simba e as programadoras da TV por assinatura, passando por algumas mudanças equivocadas na programação, a emissora colecionou poucos sucessos no ano que termina.

Foi um ano especialmente ruim para a dramaturgia da emissora. Depois de alcançar a liderança de audiência com Os Dez Mandamentos, o canal viu seu projeto de novelas bíblicas despencar. O Rico e Lázaro já viu o público dispersar, e a atual Apocalipse seguiu vendo a audiência fugir. Neste segundo caso, a decisão da emissora de usar seu principal folhetim para ensinar doutrinas da igreja que a controla pegou muito mal.

Na faixa das 19 horas, a coisa também não foi boa. Belaventura não conseguiu manter os bons índices de audiência de suas antecessoras, Escrava Mãe e a reprise de A Escrava Isaura. Não se trata de um folhetim ruim: Belaventura é bem-feita, conta com bom elenco e um texto correto de Gustavo Reiz. Mas falta à trama uma ambição que justificasse o investimento num folhetim passado na Idade Média. Não convenceu. E o parco desempenho da história pode ter sido determinante para a suspensão da produção de sua substituta, Topíssima. É provável que a faixa de novelas das 19h30 da emissora seja definitivamente cancelada. Vamos ver.

Outro equívoco da emissora foi diminuir o espaço do Cidade Alerta, uma de suas maiores audiências, para encaixar a reprise de Os Dez Mandamentos. O repeteco precoce da saga de Moisés (Guilherme Winter) derrubou os índices de audiência da emissora e prejudicou todo o horário nobre. Além disso, trocou o dia de exibição de Legendários, que passou do sábado para a sexta-feira, e a audiência não correspondeu. Resultado: o programa de Marcos Mion foi extinto. Aliás, toda a linha de shows do canal não teve grandes êxitos. A Casa foi um fiasco, A Fazenda teve resultado mediano e Gugu estacionou em pautas fracas e pouco criativas.

Mas nem tudo foram trevas para a Record. O Programa do Porchat teve um segundo ano muito positivo, viu seus índices de audiência crescerem e se consolidou como um bom programa de fim de noite. O Dancing Brasil, de Xuxa Meneghel, também foi um acerto, pois contou com uma produção caprichada, bons competidores e muita emoção. Além disso, a programação dominical, com o Domingo Show e Hora do Faro, continuou rendendo bons resultados ao canal.

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