Exathlon Brasil só iria passar despercebido, mas final faz programa virar vergonha histórica

Publicado em 15/12/2017

Comprado em agosto, depois da prometida segunda temporada do X Factor Brasil ter sido cancelada, mesmo depois de ter sido anunciada, o Exathlon Brasil não teve uma trajetória de muito sucesso na Band.

Exibido diariamente, desde setembro, na faixa das 20h30, teve denuncias de problemas em seu início, com denúncias de que a produção do programa chegava a passar muita fome.

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Tudo isso acontecia por causa da dona do formato, que parecia dar condições insalubres de trabalho para todos. Mas ao que parece, depois das notícias virem para a imprensa, tudo se ajeitou.

Com Luís Ernesto Lacombe no comando, experiente jornalista d aGlobo, a atração tentava ter um pouco de dignidade e iria terminar apenas de forma branda, sem chamar a atenção. Sem feder, nem cheirar.

Mas veio o seu episódio final, num caso totalmente sem precedente na história da televisão brasileira – pelo menos eu não me recordo de algo nesse sentido. Uma vergonha enorme.

Segundo o colega Maurício Stycer, Lacombe deixou a atração e não fez o último programa. O dono da produtora do Exathlon, o turco Acun Ilicali, assumiu e fez a final entre Pedro Scooby e Marcel Strumer.

Luís Ernesto Lacombe, apresentador do Exathlon Brasil
Luís Ernesto Lacombe apresentador do Exathlon Brasil ReproduçãoBand

Acun queria esticar o Exathlon Brasil até fevereiro, mas Lacombe não topou. Reclamou do turco na frente de todos e saiu. Outros episódios ocorreram, e coube a Acun ter de fazer o que vimos essa noite.

E o que vimos nesta noite foi constrangedor. Falado totalmente em inglês, Acun teve tradução legendada de sua fala, e tradução simultânea ao mesmo tempo. Um desencontro bizarro.

A tradução com locutor era feia. A legenda em português era mais feia ainda. Nem um canal vagabundo de TV paga faria algo tão amador. Não sei como alguém na Band aprovou isso ir ao ar.

O pior é a nota oficial da emissora, dizendo que Acun “fez questão de participar da bem sucedida versão brasileira”. Primeiro: bem sucedida pra quem? 2,5 pontos é sucesso? Jamais.

Segundo: como um dono de produtora “faz questão” de fazer logo a final da atração? Isso não é coisa de programa bem sucedido, é coisa de programa fracassado e absolutamente amador.

Numa noite inesquecível, o Exathlon Brasil iria apenas passar despercebido. Entrar no ar e sair sem ninguém ligar. Mas sua última impressão fez ele entrar na história da TV como uma vergonha da TV brasileira. A Band precisa se rever para 2018. Permitir o que houve hoje foi o fim da picada.

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