Encrenca é fraco, mas se destaca em meio ao “chororô” dominical

Publicado em 03/08/2017

A direção da RedeTV! antecipou a renovação do contrato do elenco do Encrenca, humorístico exibido nas noites de domingo. Tatola Godas, Dennys Mota, Ricardinho Mendonça e Ângelo Campos seguirão na emissora até 2022. Num tempo de contratos curtos e “por obra”, uma segurança destas não é pouco. E a precaução se justifica, afinal, Encrenca é a maior audiência da RedeTV!, registrando médias em torno dos 5 pontos no Ibope.

O número é surpreendente, se levarmos em consideração que Encrenca é um programa bem fraquinho. Seu maior trunfo é mesmo o elenco, pois Tatola, Dennys, Ricardinho e Ângelo são divertidos e espirituosos, além de demonstrarem excepcional química. Não há um elo mais forte e nem mais fraco, e eles funcionam juntos, como equipe. E se o programa estreou à imagem e semelhança do antigo Pânico na TV, com reportagens “engraçadinhas” e grafismos semelhantes, hoje já é possível observar que a atração tomou um caminho próprio.

No entanto, por mais que a equipe seja boa, falta criatividade ao Encrenca, já que seu maior sucesso é o quadro Zap Zap, dedicado à exibição de vídeos curiosos e engraçados que circulam pelos aplicativos e redes sociais. Encrenca passa um longo tempo exibindo vídeos, que são comentados pelos apresentadores. Ou seja, é uma espécie de “renovação” das clássicas “Videocassetadas do Faustão”, misturado ao quadro de vídeos da internet que povoa boa parte dos programas de auditório.

Mais surpreendente ainda é o quadro fazer escola. Percebe-se que, após o sucesso do Encrenca, muitos programas vieram com proposta parecida. A Band lançou o Só Risos, com a mesma fórmula, enquanto Fausto Silva, em seu Domingão do Faustão finalmente renovou o seu estoque de “cassetadas”. Até Celso Portiolli reeditou o quadro em seu extinto Sabadão.

O sucesso do Encrenca, mesmo sendo um programa ruim, diz muito sobre a programação da televisão, sobretudo a dos domingos. Afinal, os programas dominicais já sofrem com a falta de criatividade há algum tempo, preferindo pescar o espectador pela “emoção”, abusando das histórias lacrimejantes. Neste cenário, o Encrenca pode não ser a opção mais criativa, mas, ao menos, é a opção mais leve diante de tanta carga dramática.

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