Popstar pega carona na onda de “talent show” com famosos e se dá bem

Publicado em 10/07/2017

O reality show Superstar, que a Globo exibiu entre 2014 e 2016, não convenceu público e nem crítica. A audiência não foi satisfatória e muitos resmungaram das falhas na votação e das regras do jogo. Não fiz coro, confesso. Ao meu ver, Superstar foi positivo por abrir espaço numa TV aberta às bandas alternativas, trazendo um tipo de música que não costuma chegar ao grande público. Mas não tinha cara de programa de domingo, justamente por esta característica, e acabou definitivamente cancelado.

Para substituí-lo, a Globo lançou na tarde de ontem (09) o Popstar, mais uma competição de música, mas, desta vez, envolvendo famosos. Na atração apresentada por Fernanda Lima, 14 pessoas mais conhecidas por outros trabalhos que não a música (na seleção há atores, comediantes, jornalista e apresentadores) mostram este outro talento ao grande público em busca de um prêmio em dinheiro.

Popstar fez uma boa estreia. É sempre interessante ver pessoas famosas fora de sua zona de conforto e trazendo novidades. Ali, pudemos ver boas surpresas, como Mariana Rios, André Frateschi e Thiago Fragoso, muito à vontade diante do microfone e da plateia. Chamou a atenção também a canastrice de alguns: enquanto Eduardo Sterblitch e Rafael Cortez a usaram para fazer graça e acabaram divertindo, Murilo Rosa foi canastrão no mau sentido e exagerou nas caras e bocas. Faz parte do espetáculo. Já Claudio Lins arrebentou interpretando uma música de seu pai, Ivan Lins, enquanto Sabrina Parlatore mostrou que se tornou, de fato, uma cantora. Sabrina arriscava soltar a voz em seus tempos de Vitrine, na TV Cultura, e era bem mediana. Já no Popstar, mostrou grande evolução.

As regras do programa são simples. Os famosos fazem uma apresentação musical e plateia e uma bancada de dez jurados convidados (a maior parte formada por músicos profissionais, como Samuel Rosa, Toni Garrido e Junior Lima) distribuem “estrelas”, que valem notas aos participantes. Não ficou claro se haverá eliminações no decorrer da atração, mas, no geral, o formato funcionou direitinho. Fernanda Lima apareceu bem mais à vontade do que nos tempos do Superstar, enquanto Tiago Abravanel, numa participação extremamente breve neste primeiro episódio, já mostrou que é o Abravanel mais talentoso do clã de seu avô, Silvio Santos.

Na verdade, Popstar bebe da fonte dos talent shows envolvendo famosos, que parece estar na ordem da vez na televisão brasileira. Fausto Silva, que há mais de dez anos comanda sua Dança dos Famosos no Domingão do Faustão, se deu bem este ano com seu Show dos Famosos, que mostrava celebridades fazendo covers. Enquanto isso, na Record, Xuxa Meneghel recuperou o brilho também à frente de uma competição de dança, no comando do bem-sucedido Dancing Brasil. Isso sem falar em outros formatos que apareceram e já se foram como Cachorrada Vip e Truque Vip, do Faustão, e Saltibum, do Caldeirão do Huck. Agora, é a vez dos famosos soltarem a voz.

Ao trazer rostos conhecidos e um repertório mais variado e de acordo com uma audiência tão heterogênea das tardes de domingo, Popstar tem grandes chances de ser mais bem-sucedido do que seu antecessor Superstar. A Globo também foi feliz na estratégia de programação, ao lançar Popstar apenas depois do Tamanho Família, para não “colá-lo” com o The Voice Kids, que ocupou o mesmo horário no início do ano. Assim, não emendou duas competições de música, como aconteceu no ano passado. É importante trazer variedade ao horário. Popstar, assim, serve como uma divertida alternativa aos “chororôs” das tardes de domingo, que a concorrência cisma em insistir.

Popstar tem todos os elementos para conquistar o público

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade