Episódio de Dancing Brasil mostra que Xuxa pode ser autorreferente sem ser chata

Publicado em 16/05/2017

Quando apresentava o programa que levava o seu nome, a apresentadora Xuxa Meneghel foi acusada de ser excessivamente autorreferente. O Programa Xuxa Meneghel era muito centrado nela mesma, sempre reverenciando seu passado de glórias e se esquecendo de que havia uma nova audiência nas noites de segunda-feira que não estava, propriamente, interessada em relembrar o que se passou. Queria apenas um bom programa de entretenimento. Esta é uma das razões apontadas para o fiasco da atração.

Neste ano, Xuxa surgiu num novo programa, o Dancing Brasil. Um formato importado e bem focado numa competição de dança, colocando a apresentadora numa inédita posição de coadjuvante. Finalmente, Xuxa tinha um conteúdo para apresentar que não se referia a ela mesma. E, verdade seja dita, ela vem se saindo muito bem na missão. Está solta animando a plateia, mas não se perde na condução da atração, e não se coloca mais importante que as atrações que apresenta. Seu desempenho, assim, está bem melhor do que nos tempos do Programa Xuxa Meneghel. Ou seja, faltava mesmo um conteúdo para Xuxa apresentar.

Com sua atuação bem definida no Dancing Brasil, e o reality da Record apresentando um desempenho razoável, foi possível Xuxa voltar a reverenciar o seu passado, mas, desta vez, de uma maneira bem mais coerente com a proposta. No episódio de ontem (15) do Dancing Brasil, os participantes tiveram que dançar músicas clássicas do repertório da apresentadora. Para celebrar este momento especial, Xuxa relembrou os tempos de “rainha dos baixinhos”, com direito a abertura e encerramento na nave espacial que caracterizava o Xou da Xuxa, e muita nostalgia.

Assim, Dancing Brasil conseguiu homenagear sua apresentadora sem ser chato. Ofereceu um momento de boas lembranças a um público que é fã de Xuxa e, também, seguiu centrado na competição que propõe, oferecendo mais uma etapa da disputa e agradando quem assiste o programa não por causa de Xuxa, mas sim por causa da disputa de dança. O que mostra que, quando se está inserida num contexto, uma “auto-homenagem” pode, sim, ser bem interessante e divertida. Ponto para Xuxa e ponto para a produção e direção do Dancing Brasil.

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