Com Jeiza salvando Ritinha, A Força do Querer mostra que é uma novela de mulheres

Publicado em 31/05/2017

Foi grande a repercussão da cena do parto de Ritinha (Isis Valverde), exibida na noite de ontem (30), na novela A Força do Querer, da Globo. A trama segue sua boa trajetória na audiência, e a sequência chamou a atenção dos internautas, que vibraram com a cena, cheia de emoção. A boa repercussão tem razão de ser: a cena foi muito bem escrita e dirigida, e as atrizes Isis Valverde e Paolla Oliveira, a Jeiza, estavam simplesmente ótimas!

No entanto, outra sequência do mesmo capítulo de A Força do Querer também chamou muito a atenção. Logo após o parto, Ritinha foi levada por Jeiza para casa. A policial levou a “sereia” no colo, deixando-a confortável e com o seu bebê nos braços. Foi uma cena significativa. Afinal, novela é folhetim, e até pouco tempo atrás, folhetins eram praticamente histórias de “príncipes” e “princesas”. Ou seja, anos atrás, o parto de Ritinha teria sido realizado pelo seu amado, um homem, um herói, que a levaria para casa nos braços.

Já falamos aqui que A Força do Querer tem três protagonistas muito interessantes e que fogem do convencional. Mas a novela tem trazido algo além disso ao colocá-las, também, como mulheres românticas e apaixonadas, mas não, necessariamente, apresenta isso como a razão da sobrevivência destas mulheres. Ao colocar Jeiza como a heroína que ajudou Ritinha, a autora Gloria Perez dá mais uma prova de que as mulheres de seu enredo, e apenas elas, estão ditando as regras.

É fácil notar isso observando os pares românticos das protagonistas. Personagens como Zeca (Marco Pigossi), Ruy (Fiuk), Rubinho (Emílio Dantas) e Caio (Rodrigo Lombardi) são figuras sem muita força, e até quase sem ação. Enquanto isso, Ritinha, Jeiza e até Bibi (Juliana Paes) são mulheres fortes, decididas, que conseguem andar por elas mesmas. E Gloria Perez tem se mostrado muito habilidosa na construção de sua trama, já que faz uso dos mais clássicos artifícios do bom e velho folhetim, mas o faz bastante antenada com a contemporaneidade, num momento em que a discussão sobre feminismo se encontra na pauta do dia.

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