Segunda-feira, 24, li em importante portal de notícia do país uma manchete que era mais ou menos assim: Psicanalista surpreende com resposta sincera na TV.
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Achei esse título bastante intrigante, revelador, além de ser extremamente grave, pois demonstra que as pessoas estão tão acostumados às mentiras diárias dos meios de comunicação, especialmente a televisão, que, quando alguém ousa ser sincero, isso causa espanto.
No caso em questão, a profissional comentava no programa Encontro, da Fátima Bernardes, sobre pais que ajudam mães a cuidar dos filhos.
Em meio à bajulação dos outros convidados que enalteciam essa mudança no comportamento masculino, a psicanalista disse que não é para “jogar confetes” nesses pais, porque eles não estão fazendo mais que sua obrigação. Ela ressalta ainda que a mulher faz isso desde sempre e a gente enxerga apenas como sendo uma de suas muitas atribuições, portanto, não são reconhecidas, tampouco enaltecidas.
“Desculpe o que vou falar agora, não fiquem chateados, mas não acho que a gente deva jogar confete nesses pais. Eles estão fazendo o que cabe a eles, porque as mães não recebem esse confete todo e estão lá todos os dias”, disse a profissional.
Há nessa fala uma evidência gritante do machismo tão presente ainda na sociedade, fato que é tão preocupante quanto a falta de credibilidade da mídia.
Já há algum tempo, as emissoras vêm perdendo bastante audiência, principalmente entre o público jovem, que tem optado pelas redes sociais em detrimento dos veículos tradicionais, como televisão e rádio. Isso se explica, não apenas, mas também, pela inexistência de confiança nos produtos televisivos, inclusive os telejornais.
Para resolver esse problema, cabe uma profunda autocrítica, ou o resultado no futuro será devastador para essas empresas que já começaram a perder espaço no mercado.