Danielle Dahoui faz excelente estreia à frente do Hell’s Kitchen

Publicado em 05/09/2016

Dando sequência à sua bem-sucedida faixa de realities culinários nas noites de sábado, o SBT estreou, na última semana, a quarta temporada de Hell’s Kitchen – Cozinha Sob Pressão. A atração, embora mantenha o mesmo formato desde sua primeira leva de episódios, apresentou uma grande mudança em sua estrutura nesta nova temporada. Desta vez, não é Carlos Bertolazzi o responsável pela “pressão” na cozinha, e sim a chef Danielle Dahoui.

Segundo o SBT, a troca de apresentadores se deu ao perfil do público do horário, que seria majoritariamente feminino. E, dado o sucesso de Bake Off Brasil – Mão na Massa, formato que reveza o horário com Hell’s Kitchen, houve a mudança no sentido de aproximar o programa ao seu público e, também, dar uma “suavizada” na competição. Como o reality de sobremesas comandado por Ticiane Villas Boas funciona bem sem muita pressão ou gritaria, buscou-se fazer o mesmo com o Hell’s Kitchen.

Com isso, ao que se viu na estreia, a nova safra do Hell’s Kitchen deve ser menos “hell” e apresentar menos “pressão”. Danielle fez uma excelente estreia, mostrando-se bastante segura no comando da competição de chefs. Ela sabe ser linha-dura e chamar a atenção do concorrente quando é necessário, mas também se mostrou terna e compreensiva em vários momentos do episódio de estreia. Logo no início, ao experimentar os “pratos assinatura” dos aspirantes a concorrentes, foi simpática e soube quebrar alguma tensão, ofertando momentos de descontração. Quando o jogo começou de fato e o restaurante foi aberto, Danielle distribuía broncas a cada prato devolvido pelos clientes, mas chegou a confortar alguns competidores tomados pelo desespero.

Ou seja, neste primeiro momento, a atuação de Danielle Dahoui aconteceu de uma maneira mais natural, de acordo com a situação do momento. Era esse o principal problema de Hell’s Kitchen em suas edições anteriores: Carlos Bertolazzi era extremamente enérgico, buscando sempre apimentar o jogo por meio de muita gritaria. E, muitas vezes, tais broncas soavam como gratuitas, feitas unicamente para manter a temperatura da competição elevada. Deste modo, a tal “pressão”, muitas vezes, aparecia um tanto forçada. Com Danielle, ainda há cobrança em nível elevado, mas os momentos mais, digamos, “exaltados”, só aparecem quando verdadeiramente devem aparecer. Sendo assim, Danielle acabou parecendo mais natural em cena, enquanto Bertolazzi sempre encarnou uma espécie de personagem na condução do Hell’s Kitchen.

Talvez os fãs do formato original, em que a tensão é uma constante, não curtam muito a nova temporada de Hell’s Kitchen. Mas aqueles que assistem à atração em busca de uma boa competição e, sobretudo, um bom entretenimento, a nova temporada promete bons momentos. Além da boa performance da nova apresentadora, o programa também acertou na escolha dos participantes, que formam uma gama variada de temperamentos e personalidades, fundamental para gerar identificação e torcida junto ao público. Os números da estreia foram favoráveis: o programa rendeu 8,4 pontos de média no Ibope, superando a audiência dos primeiros episódios das três temporadas anteriores, e garantiu a vice-liderança no horário para o SBT.

O SBT foi bastante feliz ao reservar o horário das 21h30 dos sábados para as suas competições de culinária. O formato está em alta e a noite de sábado do canal ganhou em vitalidade com a exibição destes programas. Dentre tantas competições na cozinha, Hell’s Kitchen e Bake Off se firmam, ao lado do Masterchef, como excelentes produtos do gênero.

Capa do livro Tele-Visão - A Televisão Brasileira em 10 AnosAndré Santana é autor do livro “Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos”, uma publicação da Editora E. B. Ações Culturais, impressa e distribuída pelo site Clube de Autores, e está à venda em versão impressa e e-book, apenas pela internet. É possível adquiri-lo clicando AQUI .

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