Sete Vidas estreia com dramas e conflitos humanos

Publicado em 10/03/2015

Cenas dramáticas, diálogos longos e completos, cenários caprichados, texto primoroso e a direção apurada de jayme Monjardim marcam a estreia de Sete Vidas, a nova novela das 18h, que teve seu primeiro capítulo exibido nesta segunda-feira (09), na Globo. Licia Manzo, a autora da novela, que também escreveu Vida da Gente, exibida entre 2011 e 2012, repete seu estilo no novo folhetim e demonstra coerência em seu trabalho.

Sete Vidas, como já se esperava pelas chamadas, reúne o típico contexto de um drama. E isso já ficou claro logo no primeiro capítulo, muito bem apresentado por sinal, com uma dinâmica leve, sem pressa ou correria em mostrar quem é quem na novela.

O primeiro episódio focou no conflito central iniciado no romance de Lígia (Débora Bloch) e Miguel (Domingos Montagner), um casal que prioriza o trabalho e diverge no objetivo de formar uma família, já que ele tem dificuldade em criar laços afetivos. Por conta disso ele deixa Lígia e parte para uma viagem a Antártida, onde ele será dado como morto após um acidente, mas na verdade ele vai apenas perder a memória. Na juventude, Miguel deixou seu material genético em um laboratório, o que fez dele pai de seis filhos, os filhos do doador 251, além do filho que ele deixa na barriga de Lígia.

Vale ressaltar o brilhante trabalho de Débora Bloch, a atuação de destaque no primeiro capítulo, na dose certa, sem exageros, além de Domingos Montagner, que soube encarnar o homem frio que demonstra ser Miguel.

A segunda parte do primeiro capítulo de Sete Vidas culmina, alguns anos depois, no eixo que dará sequência a trama, ao longo dos 107 capítulos previstos, o romance “proibido” entre os meios-irmãos Pedro e Júlia (Jayme Matarazzo e Isabelle Drummond). Aliás, o capítulo de estreia terminou bem no momento quando os dois se sentem atraídos, mas ao mesmo tempo descobrem o laço sanguíneo.

Esse conflito amor de irmão, incesto, vai permear toda a novela, que ainda reúne a temática genética, família, ou seja, as relações humanas do mundo moderno. Podem meios-irmãos se relacionarem, como será a reação da família? Questões que serão exploradas ao longo dos dias, juntamente com o drama dos filhos que buscam o pai desonhecido.

Uma novela das 18 horas, com potencial para a faixa das 21 horas. Uma história que promete envolver o público nesse dramático conflito familiar que é Sete Vidas.

Vale mencionar a bela abertura da novela ao som de What a Wonderful World, na voz de Tiago Iorc, embalando as imagens com tom nostálgico, que nos remetem a nossa memória afetiva.

A audiência da estreia foi boa, Sete Vidas manteve a liderança absoluta, registrando 18,2 pontos de média, 22 de pico e 31,8% de participação. No horário, a Record ficou na vice-liderança com 8,8 pontos. A Band apareceu em terceiro com 5,1 pontos, e o SBT ficou em quarto com 4,9 pontos.

Apesar de satisfatório, o público foi menor que a estreia das antecessoras.  Boogie Oogie na sua  estreia, no dia 4 de agosto de 2014, registrou 20 pontos de média. Meu Pedacinho de Chão e Joia Rara estrearam com 19 e 21 pontos, respectivamente.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade