Leo Picon usa termo ultrapassado para se referir aos gays e causa indignação em líderes LGBTs

Publicado em 25/01/2017

Hoje o #TOCDdoGordinho vai para o #loirinho que é um dos #colírios de quem fica ligado nas redes sociais e acompanha os perfis do #empresário #YouTuber e #influenciadordigital Leonardo Picon Froes ou somente Leo Picon, né mores?

Na madrugada de sábado (21) durante uma live do Instagram quando Leo Picon falava para mais de 75 mil pessoas no seu perfil que tem mais de 1,2 milhão de seguidores um fato chamou a atenção de alguns líderes LGBTs do Rio de Janeiro que prontamente alertaram este colunista.

Fui informado que Leo Picon utilizou o termo, que já está em desuso, “homossexualismo” ao se referir a um seguidor que acompanhava seu live pelo Instagram e se recusava a curtir com um coração rosa a live em questão (no Instagram o coração equivale-se a uma curtida do Facebook, ok mores?).

Entrei na live presenciei a utilização desse termo que ofende a comunidade gay e fiz um alerta que não foi visualizado por Leo.

Então, decidi escrever e dar esse #TOCdoGordinho para esclarecermos esse assunto e jogar luz sobre esse história. Ok, Leo?

#XôPreconceito #VivaADiversidade #HomofobiaNÃO #EuSouContraOBullying

Homossexualismo outrora era empregado no Brasil quando se entendia que homossexualidade era doença conforme explica Julio Moreira, que é presidente do Conselho Estadual LGBT do RJ e também um dos diretores do grupo Arco-Íris, movimento que milita no Rio de Janeiro pela cidadania LGBT desde 1993.

“O sufixo ismo está atrelado ao conceito de patologia. Por exemplo, você tem o estrabismo, o autismo. Esse foi criado e empregado quando se entendia que a homossexualidade era uma doença ou desvio psicológico. Depois ele foi retirado do CID 10, do código de doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS), e partir daí dentro das áreas médicas e da psicologia começou a se usar o sufixo idade, porque a homossexualidade é um modo de ser, então foi por causa disso que se mudou”, afirmou Julio.

Outro líder LGBT carioca ouvido pela reportagem do #QueIssoGordinho foi o transexual Cristian Lins que afirmou que personalidades da mídia como o Leo Picon, que fala diretamente com os jovens, devem policiar suas falas e deixou claro no seu vocabulário nem existe mais o termo

“homossexualismo” e completou dizendo que antes de 1990, a homossexualidade era considerada uma doença mental e que há quase trinta anos os LGBTs não carregam fardo algum e são livres para amar e ser amado.

“Tem datas que eu sei de cor. No dia 17 de maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Todo dia é dia de combater o preconceito. De esclarecer, explicar e mostrar o belo que existe na diversidade. Espalhar o bem e a tolerância vai fazer do nosso Brasil um país melhor e um lugar para as futuras gerações serem felizes. Todos tem o direito de amar que quiser”, disse Cristian que é presidente do Grupo LGBT Flor de Lis e da Parada da Diversidade do Rio de Janeiro.

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Entenderem, né mores? Nada de limitar a sexualidade de alguém com termos ultrapassados, ok? #VivaADiversidade

#Simbora botar um ponto final nessa polêmica e esclarecer qualquer dúvida sobre o assunto. Com a palavra a psicóloga Míriam Pontes de Farias.

#QueIssoGordinho: O termo homossexualismo ainda é usado na psicologia?

Míriam Pontes de Farias: Não, o termo usado dentro da psicologia é homossexualidade. Antes da resolução tomada pela OMS, que desconsiderou homossexualidade como doença, o CFP (Conselho Federal de Psicologia), em 1985, já havia se posicionado contrariamente a essa classificação.

#QueIssoGordinho: O sufixo ismo denota doença no vocabulário, mas já está provado que homossexualismo não é doença. Comente.

Míriam Pontes de Farias: Apesar da 0MS (Organização Mundial de Saúde), ter considerado a homossexualidade como doença até 1990, sabemos que a orientação sexual de cada um, nunca apresentou fundamento científico para comprovação patológica. Quando formos capazes de aceitar com naturalidade, a opção sexual do outro, o mundo estará livre de uma doença, pois compreenderá que a orientação sexual está entre as escolhas pessoais do indivíduo. Um de seus direitos fundamentais.

#QueIssoGordinho: O termo “homossexualismo” quando utilizado por uma celebridade da internet contribui para a desinformação?

Míriam Pontes de Farias: A própria pessoa da mídia quando usa esse termo, ela mesma já está desinformada. Esse termo, “homossexualismo”, durante muitos anos foi um termo bastante usado, então, tornou-se comum. O que podemos fazer é esclarecer a população e informar que a palavra “homossexualismo” tem uma conotação pejorativa, e está carregada de estigmas e valores culturais impregnados de preconceitos. E podemos ir além, informar que a palavra correta a ser usada, quando alguém se interessa por uma pessoa do mesmo sexo, é uma relação de: homossexualidade ou homoafetiva.

#QueIssoGordinho: Qual é a importância de se valorizar a diversidade e se respeitar a identidade de gênero?

Míriam Pontes de Farias: Sabemos que somos seres sociáveis, estamos inseridos em uma cultura, e nesse processo de socialização, a gente se constrói na relação com o outro. Devemos aceitar e valorizar qualquer tipo de diversidade, a diversidade é rica em aprendizado, com esse entendimento, podemos aprender muito com o outro, e assim o outro também aprende conosco, é nessa troca mútua que nos construímos e encontramos a nossa forma de ser no mundo, que chamamos de singularidade, assim como nós, o outro é um ser que precisa de respeito em sua singularidade.

Outro lado

A reportagem do #QueIssoGordinho entrou contato com o Leo Picon, que respondeu prontamente o nossa demanda.

Leo disse que acabou pesquisando sobre o tema empregado em seu discurso ao vivo pelo Instagram e disse que desconhecia o significado ofensivo do termo que utilizou e pediu desculpas a quem ficou ofendido com sua fala e prometeu levar essa questão para os seus seguidores.

“Peço desculpas a toda comunidade LGBT caso tenha causado algum desconforto pelo uso do termo, podem ter certeza de que não foi minha intenção. Falo muito sobre o respeito em minhas redes e tenho muito respeito por tudo e por todos”, disse o influenciador digital.

Gostei da sua resposta.

#LeoPiconFoiFofo #DeuAtéVontadeDeComprarUmaCamisaSua #VivaADiversidade #RespeitoVemosPorAqui #XôPreconceito

Confira Leo Picon no YouTube:

Colunista Rodrigo Teixeira

*As informações e opiniões expressas nessa coluna são de total responsabilidade de seu autor.

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