Que a série Stranger Things é um sucesso, ninguém tem mais dúvida. O elenco infantil da atração produzida pela Netflix é a sensação do momento e certamente irá estrelar novas séries e filmes no futuro, além de uma segunda temporada da atração para 2017.
Veja também:
O quarteto formado por Millie Bobby Brown (Eleven), Gaten Matarazzo (Dustin), Caleb McLaughlin (Lucas) e Finn Wolfhard (Mike) tem ganhado as redes sociais, as principais festas e cerimônias relacionadas ao gênero como Emmy, programas de humor, entrevistas, entre outras.
Algo que chamou muito a atenção dos telespectadores e fãs da série é uma característica marcante em um dos atores – Gaten Matarazzo – e que foi também abordada na atração é a displasia cleidocraniana.
O Observatório da Televisão convidou a Dra. Veronica Tinoco, graduada pela Universidade Gama Filho e com especializações em Ortodontia, pela Universidade Iguaçu (UNIG), e em Gestão Empresarial em Saúde – ela também é Coordenadora de Graduação e Pós-Graduação no Centro Odontológico de Especialidades (COPE) em Niterói e sócia do Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) – para falar sobre a doença genética que foi diagnosticada em um dos atores da trama e que tem servido de alerta para muitos pais.
Confira os principais sintomas e o que a doença representa:
A doença:
A displasia cleidocraniana é uma doença genética hereditária causada por gene autossômico dominante, ocasionando má formação esquelética no crânio, na face e na clavícula, além de retardar o crescimento dos dentes e, em alguns casos, apresentar dentes extranuméricos.
A síndrome não tem consequências graves, mas, quanto antes for descoberta, melhor, principalmente por aspectos psicológicos. O diagnóstico é feito pela radiografia panorâmica. O problema principal é a questão ortodôntica, que vai além da estética, afetando a mordida, alterando a fala e causando problemas respiratórios.
Os dentes de leite demoram a cair e, consequentemente, os permanentes demoram a nascer. A criança pode apresentar dentes extranuméricos que ficam “escondidos” sem irromper a gengiva. Através da cirurgia, esses dentes “extras” são extraídos e os permanentes são trazidos para a arcada. Em seguida, é feita a correção ortodôntica que leva em média dois anos para ser finalizada.
Algumas vezes, os dentes permanentes nascem com deformidades e é preciso optar por implantes. O tratamento também é feito com ortopedista para remontar a cintura.
As cirurgias orais devem ser feitas por volta dos 12 anos, idade média em que a maioria das crianças já completa a dentição permanente. É necessário avaliar a necessidade de cada paciente, pois a época e o número de operações variam de acordo com a gravidade da doença.
Considerações extras sobre a doença:
– Não há predisposição por sexo;
– Acomete 1 em cada milhão de pessoas;
– A chance de transmissão para filho é de 50%.
Aspectos clínicos:
– Ausência de fechamentos das suturas;
– Presença de ossos e ossificação tardia de ossos longos;
– Indivíduos com baixa estatura;
– Hipoplasia de clavícula permitindo que o paciente aproxime os ombros da linha média;
– Proeminência ou achatamento da face;
– Mãos pequenas;
– Clavícula pequena ou falta dela.
Por Leandro Lel Lima: Paulistano, libriano, formado em jornalismo pela Estácio de Sá. Escreve sobre TV, cinema, teatro e comportamento. Já passou por sites especialiados em TV e foi comentarista de cultura da Rede Família de TV (Grupo Record).
facebook.com/leandrolellima
twitter.com/Leandro_LelLima
lellimacomunicacao@gmail.com
lellima@observatoriodatelevisao.com.br