Ser magra. Estar magra. Eu quero e preciso ser magra. A TV de um modo geral sempre retrata a vida de muitas mocinhas ricas ou pobres mas com um detalhe: todas magras. Vez ou outra as novelas, séries e programas abrem espaço para que as atrizes e apresentadoras gordinhas possam mostrar seus trabalhos. Vez ou outra também abordam o tema com sensibilidade.
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Em entrevista à jornalista Patricia Kogut, a atriz Carolinie Figueiredo fez um desabafo sobre a forma como muitos papeis na TV são elaborados levando em conta sempre o tipo físico da atriz ou da personagem. Infelizmente, na maioria dos casos a ficção não acompanha a realidade.
“Eu não concordo e não aceito o padrão de beleza da televisão, a maneira que a figura feminina é retratada na TV. E histórias como essas só me afirmam meu lugar de buscar minha autonomia e minha voz“, afirma Carolinie que perdeu um papel importante para uma atriz magra que provavelmente terá que engordar 4kg para compor as características da personagem.
Desde o seu último papel em “Malhação”, 2013, a atriz tem se dedicado aos filhos, Bruna Luz e Theo, do relacionamento com o ator Guga Coelho. Atualmente solteira, Carolinie lança em 2017 o longa “Gostosas, lindas & sexies”, de Ernani Nunes, ao lado das amigas Mariana Xavier, Cacau Protásio e Lyv Ziese.
Modelos plus size reivindicam mais espaço na mídia
As modelos Mônica Casareggio (44 anos, 90 kg e manequim 46), Vanessa Pichinin (36 anos, 104 kg e manequim 52), Vivian Dias (31 anos, 98 kg e manequim 48), e El Terto (43 anos, 108 kg e manequim 50) fazem parte do coletivo de moda plus size Mulheres Reais. Elas reividicam mais visibilidade para as mulheres gordinhas.
“Ninguém quer fazer apologia da obesidade. Temos boa saúde mesmo não sendo magras. Só o que queremos é nos ver nos editoriais de moda, nos anúncios de revistas, nos outdors e nos comerciais de TV. A maior parte da população brasileira está sendo ignorada, ainda que seja consumidora das principais marcas de roupas do país”, explica Mônica Casareggio.
“Protestamos contra grifes que ainda têm vergonha de representar suas clientes realmente gordas nos anúncios. Se fazem roupas em tamanhos grandes para vender, por que não valorizam as mulheres de silhueta bem maior?”, afirma Vanessa Pichinin.
Em atividade desde 2009, o grupo Mulheres Reais realiza desfiles de grifes plus size com modelos a partir do manequim 44 e de várias faixas etárias. Nas fotos, as modelos usam camisas jeans da grife Cambos, que é uma das poucas marcas brasileiras que produzem até o tamanho 60.
As modelos do Mulheres Reais já participaram de pautas para defender a moda inclusiva em programas como “Encontro com Fátima Bernardes”, “Fantástico”, “Hoje em Dia”, “Jornal do SBT” e “RedeTV! News”.
Relembre a trajetória de profissionais que souberam se posicionar frente aos padrões de beleza da TV e do mercado editorial.
Por Leandro Lel Lima: Paulistano, libriano, formado em jornalismo pela Estácio de Sá. Escreve sobre TV, cinema, teatro e comportamento. Já passou por sites especialiados em TV e foi comentarista de cultura da Rede Família de TV (Grupo Record).
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