José de Abreu revela segredos de Gibson de seu personagem em A Regra do Jogo

Publicado em 09/11/2015

José de Abreu, que está dando vida ao ganancioso Gibson, em A Regra do Jogo, conversou com o Observatório da Televisão e falou um pouco desse personagem tão peculiar.

Confira o papo:

O Gibson é um personagem misterioso. Você sabe algo sobre futuro do personagem?

“A gente não lê sinopses das novelas do João Emanuel Carneiro, então, não sabemos nada do futuro do personagem. Sobre o passado, ele é um homem muito rico. O sequestro da filha dele o deixou muito grilado. Ele mora no Rio, mas cercou a casa dele com seguranças. É uma família complicada. A filha com a bipolaridade muito forte trouxe problemas para ele. Ele morre de vergonha das atitudes dela.”

Como é interpretar um cara tão diferente de você?

“É mais fácil você fazer o oposto. Quanto mais longe de você, mais fácil criar. Quando é parecido, a gente mistura.”

O que você mais abomina em relação ao personagem?

“Eu abomino tudo isso que está envolta do personagem. Ele não presta. O milionário, não estou falando de rico, ele tem uma visão diferente dos outros mortais. Ele não precisa de dinheiro. Essa coisa de ganhar é como um jogo. É você ser o cavaleiro do capitalismo. Ele abandonou a família por isso. Não sei porque ele ficou no Brasil. Talvez pela filha.”

Qual a diferença entre vocês dois?

“Eu adoro gente. O Gibson, não. Eu adoro estar rodeado, ter pessoas por perto. Gosto de estar em grupo, em turma. É muito longe de mim.”

Você gosta de interpretar personagens diferentes de você na tevê?

“Me excita colocar na minha boca palavras que eu nunca diria na minha vida.”

Como é essa entrega?

“No momento em que estou interpretando, eu sou o personagem e não o José de Abreu. E eu consigo fazer isso com muita facilidade. A Amora (Mautner, diretora) brinca que eu sou o único ator com botão. Ela diz faz triste, rindo, chorando. Eu adoro ser dirigido. O ator é um veículo do autor e do diretor. Um bom ator é aquele que entende o que o autor quer dizer e se deixa levar pelas mãos do diretor. Os diretores já me disseram que quando você tem um gênio atuando, você não dirige. Para mim é um horror não ser dirigido. Eu me sinto sem pai nem mãe. Ali, eu não penso como o Zé de Abreu. Não tenho o menor senso crítico. Eu me entrego de cabeça.”

Em Avenida Brasil, você deu vida ao polêmico Nilo. E, agora, a um milionário.  Como foi compor esse personagem tão diferente do anterior?

“Eu estou tentando tirar essa coisa italiana que eu pude assumir no Nilo. Tudo o que me pediram para fazer menos, está teatral, eu fiz no Nilo. Lá era: faz tudo. Ele era uma árvore de natal. O Gibson é fora dos parâmetros em outros quesitos. Estou buscando essa frieza do milionário, do cavaleiro do capitalismo. Ser um dos 10 mais ricos, isso tem uma importância na cabeça do Gibson.”

Se fosse tão rico quanto o Gibson, o que você faria?

“Eu me aposentava (risos). Eu ia viajar o resto da minha vida. Adoro viajar! Eu acho que faria uma novela de três em três anos.

Ele é um personagem que acaba não ligando para a família. Só pensa nos negócios. Você o entende?

“Eu entendo, mas não justifico. Tem muito milionário que consegue conciliar família e negócios. No caso do Gibson, existe esse jogo do poder. Ele joga na bolsa de valores o tempo inteiro. Ele gosta disso. E caiu no colo dele uma fórmula de um remédio que triplica a fortuna dele.”

Como está sendo trabalhar novamente com a Amora Mautner?

“É a quinta novela que faço com a Amora. Ela sempre teve uma coisa instigante como diretora, nunca fez o arroz com feijão. Eu chego ao estúdio como se estivesse fazendo teatro nos anos 60. Tenho que improvisar, criar coisas fora do texto, provoca para não repetirmos a mesma marca. Tem vezes que fala: ‘O Zé de Abreu não está aqui’. Ela faz isso quando está muito ruim (risos). Ela fala: ‘O Zé de Abreu chamou alguém que não sabe fazer’.”

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André RomanoPor André Romano
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