Durante conversa com Ana Paula Minerato e Monique Amin, Marcos Harter contou que muitos estudantes de Medicina não conseguem conciliar a rotina do curso com o trabalho e que, por conta disso, precisou recorrer ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para concluir a faculdade.
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Marcos iniciou o papo afirmando que colegas, recém-formados, passaram a enfrentar os plantões clínicos para ganhar dinheiro. “Quer recuperar o dinheiro rápido, né?”, questionou Monique. “Nem recuperar, porque quem pagou foi um crédito educativo ou foi o pai. É difícil alguém bancar o curso de Medicina sozinho… se o cara trabalhar, ele não consegue estudar. O cara fez um crédito de 100%, 80% ou tem alguém financiando”, respondeu o médico.
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Com a explicação do peão, Ana Paula Minerato revelou que presenciou muitos jovens falando sobre bolsas estudantis quando estava no curso para obter a carteira de motorista: “Quando eu fiz o curso para tirar a carta era um pessoal mais novinho, daí eles estavam comentando sobre o Fies, falando: ‘voltou o Fies, vamos tentar se inscrever para tentar entrar numa faculdade’”.
“Eu tive Fies”, disse Marcos. “Medicina é o básico… e o que está acontecendo quando você estuda mais? Você está virando raro. Nós ganhamos pela nossa raridade, não pelo o que a gente faz. Tem colegas meus que terminaram o curso e em vez de se enfurnar mais ainda nos livros para passar em concurso, ficaram fazendo plantões. Daí alugaram apartamento, compraram videogame, carro…”, continuou ele.
“Mas não se especializaram em nada, né? Ficaram no geral. Quanto se ganha em um plantão?”, perguntou, mais uma vez, Monique. “R$ 1,200 ou R$1,500 em um plantão de 12 horas. Só que chega uma hora que o cara não aguenta mais ficar indo para o posto de saúde atender dor de garganta”, concluiu Marcos.
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